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Seguros low-cost

Afinal, é possível poupar no médico. Uma das apólices que recomendamos trata-lhe da saúde por menos 2 mil euros do que a concorrência

03 de Setembro de 2012 às 10:01
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Cuidados médicos | Saiba como escolher o melhor seguro de saúde, e qual o mais barato.


Depois das marcas brancas nos supermercados, dos voos ao preço da chuva e da gasolina mais barata, o conceito de low-cost chegou finalmente aos seguros de saúde. Mas será que chegou mesmo? A nova apólice comercializada pela Logo, seguradora telefónica do Grupo Espírito Santo, assenta num princípio básico: em vez de contratar um pacote predefinido de coberturas, como nos seguros tradicionais, o consumidor pode escolher apenas as que lhe interessam ou pode pagar. Numa altura em que as taxas moderadoras nos serviços públicos de saúde estão a aumentar e cada vez mais portugueses sentem dificuldade em pagar cuidados privados, a iniciativa pode ser interessante, ainda que não se trate de um verdadeiro seguro.

A DINHEIRO & DIREITOS pesquisou informação sobre aquele produto no portal da Logo e descobriu que só a modalidade de internamento é comparável aos seguros: por 96 euros anuais, paga hospitalizações e cirurgias até 15 mil euros na rede de prestadores associados à companhia. A título facultativo, pode contratar um sublimite de 2 mil euros para parto. As restantes coberturas do produto funcionam à semelhança dos cartões de saúde: permitem aceder a consultas de especialidade, análises e exames de diagnóstico com custo tabelado e conhecido à partida - por exemplo, 25 euros nas duas primeiras consultas e 12,50 nas seguintes. A partir de 60 euros anuais, o cliente também tem acesso à rede de dentistas e oftalmologistas convencionados, com descontos de 10% a 40% face ao preço de base destes atos médicos. A seguradora disponibiliza ainda um subsídio diário em caso de internamento e o acesso a uma rede de bem-estar, que inclui medicinas alternativas, termas e ginásios, entre outros.

Se pretende uma alternativa ao Serviço Nacional de Saúde e não pode pagar um seguro individual ou quer um produto que garanta sobretudo o pagamento de consultas da especialidade (em caso de cirurgia, prefere ser atendido no público), os cartões de saúde são uma opção a considerar. Os associados da Cruz Vermelha Portuguesa, do Automóvel Club de Portugal e da própria DECO podem ter acesso a um destes produtos com condições vantajosas. Antes de contratar, analise a rede de prestadores para apurar se a sua área de residência está bem servida. A maioria das redes disponibiliza esta informação nas suas páginas online. Por vezes, é difícil encontrar algumas especialidades médicas em zonas menos populosas. Faça também contas ao custo anual do cartão e ao desconto a que tem direito nos serviços médicos da rede. Se o primeiro for muito elevado, pode não compensar a redução no preço dos serviços.

Se pode pagar um produto mais abrangente, consulte o nosso artigo para saber qual dos seguros de saúde analisados responde melhor às suas necessidades.


Só para despesas avultadas
Atualmente, uma única seguradora pode comercializar vários planos de saúde com coberturas e capitais distintos, o que dificulta a escolha por parte do consumidor. Para o ajudar na decisão, selecionámos os quatro seguros mais abrangentes e baratos para dois níveis de cobertura.

No nível de cobertura mais simples, um dos planos só paga despesas de hospitalização e ambulatório. Este interessa, por exemplo, a um consumidor na casa dos 40 ou dos 50 anos, que pretende acautelar sobretudo internamentos e o pagamento de consultas gerais, de especialidade e exames. O segundo plano adiciona a cobertura de parto às anteriores. Este é uma mais-valia, por exemplo, para um casal jovem, mesmo que não pense ter filhos de imediato. Como a maioria dos seguros impõe um período de carência de 12 a 18 meses nesta cobertura, só no final desse período poderá apresentar despesas com a gravidez e o parto.

No nível de cobertura alargado, os planos que selecionámos pagam despesas com estomatologia, próteses e ortóteses e medicamentos, além das anteriores. Estes pacotes podem ser interessantes para famílias com crianças, que prevejam encargos com dentistas, óculos ou lentes, por exemplo. Também neste caso indicamos duas soluções: um plano de topo, mais caro, com uma cobertura mais abrangente e sem franquias, e um plano económico, com um capital inferior e uma franquia anual de 150 euros (ou seja, deixa a cargo do segurado o pagamento das primeiras despesas até àquele montante).

Um conselho: não escolha o seguro em função de coberturas "acessórias", como estomatologia, medicamentos ou próteses e ortóteses, incluídas nos pacotes alargados. Em regra, os limites de capital para estas despesas são reduzidos e as franquias elevadas, mesmo em alguns seguros que recomendamos. O Victoria Saúde, por exemplo, paga até 500 euros por ano para o conjunto daquelas coberturas. Se prevê gastos avultados com tratamentos dentários, como um pivot ou aparelho ortodôntico fixo, é preferível complementar o seu seguro de saúde com um seguro dentário. Além de ser relativamente barato, não impõe períodos de carência, limite de idade ou de encargos (ver DINHEIRO & DIREITOS 110, de março).

Tenha também em conta o valor das despesas comparticipadas pelo seguro, consoante seja atendido dentro ou fora da rede de profissionais e estabelecimentos com os quais aquele tem acordo. Em regra, dentro da rede convencionada, o cliente paga apenas uma pequena quantia por cada ato (15 euros para uma consulta de especialidade, por exemplo). Se for atendido fora da rede, por médicos ou em locais da sua confiança, é reembolsado entre 35% e 70% da despesa, consoante se trate de um seguro de assistência ou misto, respetivamente.


Poupar 2000 euros no médico
Para comparar os 44 planos, avaliámos as condições gerais de cada um, como as exclusões, limites de idade e períodos de carência, e as coberturas (limites de capital, comparticipações e franquias ou copagamentos). Porque as exclusões são determinantes na utilidade do seguro, penalizámos as apólices que excluem doenças preexistentes (todas excluem) e do foro psíquico, encargos com doenças epidémicas, sida, transplante de órgãos e hemodiálise, e despesas com calamidades naturais, greves, revolução ou terrorismo.

As apólices mais abrangentes são a Help Executive (Opções 1, 2 e 3), da Victoria, com Qualidade global entre os 79 e 84 por cento. Têm menos exclusões do que a concorrência, são válidas em todo o mundo, podem ser contratadas até aos 60 anos e não definem um limite de idade para permanência no seguro (a maioria das companhias fecha a porta ao segurado a partir dos 65 ou 70 anos). Em caso de doença, as coberturas podem ser ativadas de imediato. Contudo, o preço destas apólices não está ao alcance de todas as carteiras: custam entre 7150 e 8720 euros por ano para um casal de 35 anos com um filho de 5 anos.

Se não pode gastar tanto, opte por um dos quatro planos que, segundo a nossa análise, reúnem a melhor qualidade ao melhor preço. Com esta decisão poupa até 2000 euros anuais. Tomemos como exemplo um casal de 45 anos, com filhos de 12 e de 17 anos (ver perfis na página seguinte). Se contratar o + Saúde Familiar (Plano Maestoso), da Generali, esta família paga 3000 euros por ano. O seguro da Generali reembolsa até 100 mil euros para hospitalização, 10 mil para ambulatório, 5 mil para parto e 1000 para as coberturas de estomatologia, próteses e medicamentos. As comparticipações dentro da rede variam entre 90% e 100% na maioria das coberturas (exceto estomatologia, com 70%), e entre 60% e 80% se recorrer a profissionais fora da rede. As coberturas de assistência ambulatória e estomatologia têm uma franquia anual de 50 euros e por cada consulta de especialidade o cliente deverá pagar 12,50 euros. Com uma cobertura muito semelhante à anterior, o BES Saúde Top custa 5000 euros para uma família com o mesmo perfil. Esta apólice só está acessível a clientes do banco.

Para saber quanto irá pagar por um seguro para a sua família, consulte as tarifas no quadro ao lado e faça as contas. Some os prémios de cada elemento do agregado e aplique um desconto de 2,5%, de 5% ou de 10% consoante vá segurar 2, 3 ou 4 pessoas. Se já tem um seguro e quer saber como ficou classificado ou qual o prémio anual por idade da pessoa segura, consulte o nosso portal em www. deco.proteste.pt/segurosaude.



O nosso estudo
Fizemos um check-up a 44 apólices Em março, pedimos a 19 seguradoras com produtos no ramo de acidentes e doença que nos enviassem as condições dos seus seguros de saúde e os respetivos tarifários.

Oito não quiseram submeter-se à nossa análise: Açoreana, Europamut, Lusitania, Macif e Tranquilidade. A AXA e a Logo alegaram falta de disponibilidade e a Groupama disse estar a restruturar o seu produto.

No total, analisámos 44 apólices, que dividimos em dois níveis de cobertura: um pacote básico, que inclui hospitalização (na base de todos os seguros), e assistência ambulatória; e um pacote alargado que, além das anteriores, inclui parto e estomatologia. As apólices que recomendamos contemplam um capital mínimo de 50 mil euros para hospitalização.




Como ler o quadro

Hospitalização Allianz inclui sublimites de capital de 2000 euros para próteses intracirúrgicas e 10 mil para quimioterapia. Na Victoria, o capital é comum à hospitalização, ambulatório e parto.

Copagamento/franquia Na Victoria, a franquia é comum a todas as coberturas.

Ambulatório Allianz, Ocidental e Generali comparticipam 100% em consultas e 90% em tratamentos e exames.

Parto Na Ocidental, o limite anual está incluído na cobertura de hospitalização.

Estomatologia Limite anual na Victoria comum às coberturas de estomatologia, próteses e medicamentos.




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Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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