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Fundo de emergência: Bote de salvamento para dias difíceis

Nos últimos anos, o esforço de poupança aumentou e criar um fundo de emergência é imprescindível para fazer face a dias menos felizes. Não coloque as poupanças à ordem ou no colchão porque a inflação passa por lá.

24 de Novembro de 2014 às 11:31
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Poupar é cada vez mais uma tarefa difícil, mas necessária. E uma das regras essenciais das finanças pessoais é ter sempre um fundo de emergência, ou seja, um montante disponível a qualquer momento para fazer face a eventualidades. Já diz o ditado, «mais vale prevenir do que remediar», e podem surgir imprevistos que impliquem despesas inesperadas, como problemas de saúde, arranjos do automóvel, desemprego ou, mesmo, o pagamento de contas com a educação dos seus filhos que não estavam previstas. Para que não fique com o saldo da conta negativo ou para não ter de recorrer ao cartão de crédito, o melhor é criar um fundo de emergência.


Cinco ou seis salários
Em primeiro lugar é preciso saber qual é o montante mais sensato para manter disponível neste fundo de emergência. Recomendamos que guarde nesse fundo um montante equivalente a cinco ou seis salários. Ou seja, a quantia suficiente para se manter durante um semestre sem trabalhar, por exemplo, por razões de saúde ou desemprego.


Claro que há outras variáveis a ter em conta, como o valor do salário ou o montante das despesas, que variam de pessoa para pessoa. Um indivíduo que não tenha filhos nem um crédito à habitação poderá não necessitar de um montante tão elevado como outro que, usufruindo do mesmo salário, tenha esses mesmos encargos. Por isso, tenha como referência o montante necessário para os encargos da família durante seis meses.


Cuidado com a inflação
O objetivo não é apenas pôr de lado um montante, mas também rentabilizá-lo de forma a não perder poder de compra. No entanto, é imprescindível que este montante esteja sempre disponível. Tal não significa que o deva ter em casa, guardado num frasco, numa gaveta ou num colchão porque, com a subida generalizada dos preços - a inflação, dentro de algum tempo o seu dinheiro valeria bastante menos. Se este ano a inflação deverá ser nula, para 2015 a inflação esperada é de 1%, pelo que não deverá aceitar aplicações com rendimento bruto igual ou inferior a 1,4%. Além da rentabilidade, é igualmente importante a segurança e a liquidez dos produtos escolhidos. Não corra riscos desnecessários (por exemplo, os fundos de tesouraria têm baixo risco, mas o capital não está garantido), nem subscreva produtos que não pode resgatar quando entender (como, por exemplo, os depósitos não mobilizáveis). Assim, não restam muitas opções: sugerimos depósitos até um ano e Certificados de Aforro.


Depósitos até 2,7%
Os produtos nos quais deve aplicar esse montante devem ter elevada liquidez, de forma a poder resgatar em qualquer altura e sem custos. Depósitos por prazos longos não são uma boa opção, pois muitos deles não permitem a mobilização antecipada.


Não deve aplicar esse montante em produtos que não garantam o capital ou que estejam sujeitos a alguma variável incerta. Por exemplo, os depósitos em moeda estrangeira, apesar de estarem protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, estão sujeitos à variação cambial e, por isso, o capital não está garantido. Mas não aceite qualquer depósito, até porque muitos bancos estão a remunerar contas até um ano a taxas inferiores a 1%, ou seja, não dá sequer para a inflação. São poucos os bancos que se destacam com ofertas acima de 2%. Como as taxas de juro ainda podem descer um pouco mais, opte por um depósito de prazo maior, por exemplo, a um ano. Como pode ver ao lado, a melhor taxa a um ano é oferecida pelo Privatbank (2,3% líquida). Contudo, alertamos o leitor para o facto de este banco não estar ao abrigo do Fundo de Garantia dos Depósitos nacional, mas sim do sistema de garantia da Letónia, que é de valor semelhante. Recordamos que o Fundo de Garantia dos Depósitos garante até 100 mil euros por cada titular, em caso de falência da instituição bancária. O Invest remunera a 2,2% os novos montantes.


As melhores taxas que encontra no mercado são destinadas, na maioria, a novos clientes ou a novos capitais e de bancos online, ou para montantes elevados. Por exemplo, o Banco Best remunera os novos clientes a 2,7% os novos clientes. Por isso, sugerimos que aproveite os superdepósitos e, na renovação, tente negociar a taxa de juro. Não hesite em mudar de banco se a remuneração proposta não for satisfatória. Faça uma gestão ativa dos depósitos, não deixe as poupanças adormecidas no banco. Consulte o comparador dos depósitos no nosso portal, em deco.proteste.pt/investe/ depositos-a-prazo .


Cuidado com as ofertas milagrosas
Outra regra de ouro das poupanças é diversificar. Por isso, a menos que consiga negociar uma boa taxa para o montante total do seu fundo de emergência, reparta o dinheiro por mais do que uma instituição bancária e mais do que uma aplicação, sempre dentro do universo das aplicações que apresentam as melhores taxas.


Negociar taxas pode ser difícil nesta altura, mas antes de mudar para outra instituição bancária questione o seu gestor de conta sobre a melhor taxa que este lhe pode oferecer. O período de baixas taxas de juro aproximou bastante as propostas dos bancos: estão todos cada vez mais próximos de zero. E vão surgindo propostas alternativas para multiplicar as poupanças, sugeridas pelos gestores de conta. Mas cuidado com essas ofertas. De seguros de capitalização a fundos de investimento de tesouraria, por exemplo. Os primeiros, com comissões e penalizações pela mobilização e os segundos sem garantia de capital, ainda que sejam ambos "promovidos" como produtos seguros ou de baixo risco, não recomendamos para integrar o fundo de emergência. Ações, obrigações e produtos estruturados devem também ser afastados do seu fundo de emergência.

 

 

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Certificados rendem 2,2%

 

Este velhinho produto de aforro, com rendimento dependente da Euribor a três meses, descobriu um novo alento no último ano. Isto porque, até final de 2016 estão congelados os prémios de permanência, mas será adicionado um bónus fixo de 2,75% bruto à taxa base dos Certificados de Aforro, não podendo a soma ser superior a 5%. É esta regra que os torna atualmente interessantes e fez aumentar as subscrições. Em período de baixas taxas de juro, estão assim garantidos cerca de 2% líquidos, mesmo que a Euribor seja zero. Os Certificados de Aforro rendem 2,2% líquidos ao ano a quem subscrever ou renovar no mês de novembro. Estão a par das melhores taxas de juro dos depósitos e bastante acima da inflação esperada, pelo que se tornaram numa aplicação interessante e com a garantia do Estado. O prazo máximo desta aplicação é de 10 anos e a taxa de juro é calculada mensalmente com base na Euribor a três meses. Subscrevem-se nos Correios com um mínimo de 100 euros. Pagam juros trimestrais, sendo capitalizados. Não permitem a mobilização apenas nos primeiros três meses. No nosso portal encontra uma ferramenta que lhe permite calcular o rendimento se aplicar neste produto. Basta inserir o montante e escolher o prazo (entre um a dez anos) em deco.proteste.pt/investe/ simulador-certificados-aforro.

 

 

Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

 

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