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Greve no Casino de Espinho: “Solverde paga salários mais baixos do setor”
O Sindicato dos Trabalhadores das Salas de Jogos vai enviar à administração do terceiro maior casino português um pré-aviso de greve para os dias 29 e 30 de novembro. “Não sei de nada, para mim é novidade”, reagiu Manuel Violas, presidente do grupo Solverde.
Falta de um contrato coletivo de trabalho desde 2006, "aumentos salariais simbólicos" e discricionários, "más condições de trabalho" e ausência de subsídio noturno.
Estas são algumas das razões apontadas pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Salas de Jogos para a convocação de uma greve dos trabalhadores do Casino de Espinho - "cerca de 180" -, que pertence ao grupo Solverde.
Em declarações ao Negócios, Carlos Teixeira revelou que o pré-aviso de greve, a realizar nos dias 29 e 30 de novembro, será entregue à administração da Solverde na próxima segunda-feira, 18 de novembro.
"A empresa não negoceia com os trabalhadores desde 2006, quando houve o último contrato coletivo de trabalho. Esgotamos a paciência. É uma empresa sem sensibilidade social", afirmou o sindicalista, de 71 anos, que trabalhou 44 anos na Solverde, onde era "ficheiro fixo", tendo ido para a reforma em maio do ano passado.
"A Solverde paga os vencimentos mais baixos do setor" garantiu Teixeira, acusando esta concessionária de jogo de praticamente "não atualizar vencimentos desde 2006", efetuando "aumentos de salários simbólicos a alguns, de três ou quatro euros, e nada a outros", com base "em avaliações com recurso a critérios duvidosos".
O sindicalista acusa, ainda, a administração do casino de Espinho de "desrespeito pelas categorias profissionais", de "não atribuição de subsídio noturno, como existe na Estoril-Sol", e de perpetuar "más condições de trabalho", dando como exemplo "os sistemas de ar condicionado, que funcionam mal".
"Não sei de nada, para mim é novidade", reagiu Manuel Violas, presidente do grupo Solverde, em declarações ao Negócios.
Sobre as razões para a convocação da greve no Casino de Espinho, o empresário garantiu que "há revisões de salários todos os anos", alegando que "são os chefes que avaliam os seus subalternos".
Não querendo alongar-se sobre uma greve cuja convocação oficialmente desconhece, quando confrontado com a acusação de que a Solverde pratica os salários mais baixos do setor, respondeu: "Não sei o que pagam os outros, não é o meu problema."
O casino de Espinho, o maior dos cinco detidos pelo grupo Solverde, da família Violas, faturou 36,2 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano.
O de Vilamoura registou receitas brutas de 14,5 milhões de euros, o da Praia da Rocha 7,9 milhões de euros, o de Monte Gordo 4,7 milhões e o de Chaves 5,9 milhões de euros.