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Funchal aposta no mar e inclusão para captar mais turistas

O objectivo é ter mais 250 mil turistas no final de 2017. A capital da Madeira quer que os visitantes “tropecem” apenas em experiências, do mar à serra. O novo plano estratégico não é "elitista", mas tem um foco especial no mercado português.

Sofia A. Henriques/Negócios
12 de Janeiro de 2016 às 15:50
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Uma cidade virada para o mar e para a inclusão. É desta forma que o Funchal quer aumentar o número de turistas que visitam a capital madeirense até ao final de 2017.

O objectivo é que a cidade possa aumentar em 250 mil o número de turistas que visita no final do programação de acção para o turismo que a autarquia liderada por Paulo Câfofo apresentou esta terça-feira, 12 de Janeiro.Os dados de final de 2014 mostram que o arquipélago recebeu 1,14 milhões de turistas, sendo que destes 66% ficaram hospedados em estabelecimentos hoteleiros no Funchal.


"O Funchal, simplesmente, não tinha uma estratégia para o turismo", posicionou Paulo Câfofo num encontro com jornalistas. Por isso mesmo, a cidade quer agora "qualificar" o seu produto turístico, com uma estratégia que segue as linhas dos planos regional e nacional.


O mar é um dos principais vectores desta vontade. "Somos uma cidade marítima, mas o mar tem sido pouco potenciado por nós", reconheceu o autarca. O plano passa por "prolongar" a cidade ao mar, com a criação de um eco-parque marítimo, que permitirá em simultâneo a protecção das espécies e a realização de roteiros de animação turística.


O Funchal quer também ser uma cidade que promove o turismo inclusivo e está já a "criar condições" para que essa vontade seja visível nas ruas no final de 2017. A preparação de acessos para pessoas com mobilidade reduzida em infra-estruturas como teatros ou museus ou o rebaixamento de passeios são exemplos. Para esse objectivo, os fundos comunitários serão um pilar. Paulo Câfofo revelou que existem na região projectos candidatos a estes apoios europeus avaliados em 80 milhões de euros.


Para aumentar a satisfação dos turistas, a aposta nos eventos e no reforço da informação, "uma lacuna que sentimos", conclui outro dos vectores deste plano estratégico. O Funchal quer ser uma cidade onde os turistas passam e "tropeçam em algum evento ou iniciativa que esteja a acontecer". Para tal, o município quer articular ainda mais agentes culturais e operadores turísticos.


Para o autarca, o investimento neste plano "não se pode quantificar" por estar integrado numa estratégia municipal mais ampla, envolvendo vários departamentos. Daí que também não avance com perspectivas quanto ao número de postos de trabalho que poderão resultar da concretização destas metas.


Apesar de este plano não ser "elitista", os turistas portugueses acabam por representar uma prioridade. "O mercado nacional, por ser um mercado de proximidade, é algo que pretendemos privilegiar", explicou Paulo Câfofo. Em 2014, quase 20% dos hóspedes da região eram nacionais, atrás do Reino Unido e Alemanha.


Questionado sobre se este plano turístico municipal é uma resposta à recente liberalização do espaço aéreo dos Açores – com entrada de companhias "low cost" e reflexo no aumento da procura por este destino – o presidente do Funchal assegura que não. "Não temos qualquer tipo de inveja, pelo contrário, pelo crescimento turístico nos Açores. Não é uma resposta a nada. É uma resposta, sim, a uma necessidade de qualificação do nosso turismo", concluiu.

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