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Altice vai reagir à Nowo “em sede própria”
Em reacção às declarações da Nowo de avançar com um processo judicial, a Altice Portugal promete reagir na mesma moeda.
O braço-de-ferro entre a Altice Portugal e a Nowo promete estar para durar. Em reacção ao anúncio da antiga Cabovisão de avançar com um processo contra a dona da Meo, a Altice promete responder na mesma moeda: vai "reagir em sede própria".
Na origem da troca de acusações entre as duas operadoras está o pedido de insolvência da Oni, operadora direccionada para o segmento empresarial, feito pela Altice devido a uma dívida de 6 milhões de euros. "A Altice Portugal avançou com um pedido de insolvência da Oni na defesa dos seus interesses e tendo presente os incumprimentos sucessivos das obrigações de pagamento desta, que ascendem a vários milhões de euros, bem como os indicadores económicos e financeiros da Oni que se encontram disponíveis", defendeu a operadora liderada por Alexandre Fonseca em comunicado.
"Considerando que o não pagamento da dívida por parte da Oni subsiste, não se compreendem as declarações tornadas hoje públicas por essa empresa e às quais a Altice Portugal não deixará de reagir em sede própria", acrescentou.
A dona da Meo, que chegou a ser dona da Oni e da Nowo – agora detidas pela Apax França - critica ainda o facto de ter registado que no comunicado em causa "não é referida a intenção de regularizar a dívida existente, nem sequer o limite temporal para o fazer, confirmando o incumprimento reiterado das obrigações em causa".
Após ter tomado conhecimento do pedido de insolvência da Oni apresentado por parte da Altice Portugal, a Nowo informou que decidiu avançar com um processo contra a dona da Meo "para a salvaguarda da sua reputação e bom nome no mercado". E vai pedir o" ressarcimento de todos os danos decorrentes da presente situação", disse fonte oficial da antiga Cabovisão.
No mesmo comunicado, a Nowo garantiu que "à presente data, apresenta uma situação líquida positiva reforçada por um aumento de capital efectuado no primeiro semestre de 2018, sendo que, ambas as empresas, Nowo e ONI, geram um cash flow operacional positivo, exibindo uma situação financeira estável".
"Em mais de 20 anos de actuação no mercado português e internacional, o Grupo NOWO/ONI nunca se deparou com uma actuação semelhante, de cariz atentatório da sua credibilidade comercial, por parte de um outro operador do mercado ou parceiro de negócios", criticou. Por isso, vai avançar com uma acção judicial.
Como "não se revê neste tipo de actuação perfilhada pela Altice Portugal e, suspeitando da motivação que a suporta, com o total apoio dos seus accionistas e demais stakeholders, já iniciou as medidas legais ao seu dispor para a salvaguarda da sua reputação e bom nome no mercado, assim como ao ressarcimento de todos os danos decorrentes da presente situação", defendeu.
A Altice foi accionista da antiga Cabovisão e da Oni até 2015, quando comprou a PT Portugal. Por imposição de Bruxelas foi obrigada a vender a Cabovisão e a Oni. Uma operação concluída no último dia do prazo dado pela Comissão Europeia.
A venda, cujos valores não foram, revelados, foi fechada com a Apax França.