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Academia de Código compra a Codeplace

A start-up Academia de Código, que dá formação na área de programação a desempregados, comprou a Codeplace, uma start-up que tinha uma escola online de programação. Os valores da operação não são conhecidos.

Miguel Baltazar
21 de Março de 2018 às 12:00
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A Academia de Código, uma start-up portuguesa que dá formação na área de programação a desempregados, comprou a escola online de programação Codeplace, que está presente em 140 países e com uma carteira de mais de 70 mil alunos. João Magalhães (na foto), CEO da Academia de Código, conta ao Negócios que a Academia de Código "acredita muito no produto da Codeplace" e por isso decidiram adquirir a empresa.

"A Codeplace é um produto para auto-emprego no caso dos empreendedores ou para quem quer ir trabalhar para uma start-up. Permite-nos posicionar a Academia no online com uma linguagem sexy como o ‘Ruby on Rails’, podendo ao mesmo tempo criar leads para os nossos bootcamps. Acreditamos também que a Codeplace tem um grande ‘hidden value’ [valor oculto] para um modelo hibrido que pretendemos explorar nos próximos anos".

Tiago Martins foi um dos co-fundadores da Codeplace. Ao Negócios conta que "a equipa da Codeplace esteve junta desde 2013 a trabalhar com o objectivo de tornar a aprendizagem da programação prática e divertida". Embora, como contava ao Negócios em meados de 2016, a empresa nasceu em Novembro de 2014 e, antes de ter este nome, era a Stuk.io. 

Agora, o co-fundador diz que estes últimos anos de trabalho foram "uma viagem incrível" e que "decidimos vender à Academia de Código por partilharmos a mesma visão de empregabilidade, de impacto e porque nos pareceram a empresa ideal para escalar a Codeplace, permitindo assim que nós possamos criar novos projectos que tenham tanto ou mais impacto".

A Academia de Código nasceu em 2015. Naquela altura, a taxa de desemprego em Portugal era elevada, em especial o desemprego jovem. João Magalhães, Domingos Guimarães e Rui Ferrão acharam que era tempo de fazer algo para combater essa situação. "Começámos a pensar num projecto em que podíamos convidar uma pessoa a ter formação na área de programação e depois ajudá-la a entrar no mercado de trabalho", disse ao Negócios em 2016.

"O objectivo era tirar pessoas do desemprego e levá-las a trabalhar como programadores. Sabíamos que do lado das empresas havia uma falta enorme [destes profissionais]. Mas, do lado das pessoas, não sabíamos. Quando lançámos o primeiro curso tivemos 600 candidatos para 15 vagas. Percebemos que havia, do lado das pessoas, talento e vontade para mudar e ter uma carreira numa área diferente", acrescentou na altura João Magalhães.

O valor desta operação não foi revelado mas, o Negócios sabe, que a operação foi financiada com capitais próprios da Academia de Código. Com a aquisição da Codeplace, a Academia de Código pretende escalar a sua operação e entrar no mercado norte-americano. João Magalhães explica ao Negócios que a negociação com vista a um acordo de distribuição nos EUA está a dar os últimos passos. Esse acordo está a ser feito com "player" local "com muita experiência".

"Achamos que temos elementos distintivos que nos tornam competitivos, em todos os produtos Academia de Código. O interesse dos vários parceiros com quem estamos a negociar, deixam-nos muito confiantes em relação a isso. Não estamos a dizer que vai ser fácil, mas se fosse, provavelmente a competição seria ainda maior", refere o CEO da Academia de Código.

O responsável assumiu ainda que a empresa está a "fechar acordos de distribuição na Europa e na América Latina através de parceiros locais durante 2018 e 2019".

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