Notícia
Surfaceslab - Dos livros para a moda
Pedro França detém uma tecnologia que, até 2010, ninguém no mundo tinha ouvido falar. Dois anos depois, a identificação por radiofrequência comunica em várias línguas.
17 de Maio de 2012 às 10:24
A livraria Byblos, em Lisboa, queria uma tecnologia que permitisse identificar e localizar determinado livro na prateleira em que estava. Chamou uma das empresas especialistas em tecnologia RFDI - identificação por radiofrequência - e expôs-lhe o problema.
A Creative Systems não tinha, até à data, um dispositivo tão sofisticado que permitisse a localização precisa de um só livro num espaço tão confinado. Mas não disse que não a Américo Areal, ex-dono das Edições Asas, e foi à procura de quem pudesse ajudar a empresa a encontrar a solução para o seu problema. O desafio estava lançado e o Instituto de Telecomunicações de Lisboa agarrou-o, tornando-se responsável pelo projecto de investigação e desenvolvimento que viria a originar a Surfaceslab, a tecnologia que viria a mudar a identificação por radiofrequência a nível mundial.
O projecto de investigação durou cerca de três anos e, no final de 2009, surgiram os primeiros resultados. "Foi mais cedo do que estávamos à espera e, nessa altura, já tínhamos dois produtos prontos para lançar no mercado. Acabámos por lançar a marca Surfaceslab e a nossa tecnologia numa das maiores feiras tecnológicas do mundo, a CeBit, em Fevereiro de 2010", conta Pedro França, business manager da Vicaima/Creativesystems ACE, empresa de onde emergiu a Surfaceslab. "Foi o palco ideal para lançar a marca e a tecnologia", confessa.
Por ser única no mundo, a empresa pediu um registo de patente a nível mundial, apesar de já ter fornecido algumas concessões. Nos países onde as concederem, a patente está protegida e efectivada. Pedro França explica que uma tecnologia RFID normal permite ler, à distância, produtos a três ou quatro metros, mas não permite identificar a sua localização.
Com a invenção que está ser distribuida pelo mundo, consegue-se ler produto a produto em determinada prateleira e confinar a zona de leitura de uma forma definida. Este confinamento, no qual não há leituras cruzadas, é inovador. "Dentro de cada prateleira está uma antena que é nossa", revela o "business manager".
À conquista dos mercados externos
Depois da apresentação, em 2010, a Surfaceslab avançou para uma aproximação comercial. "As coisas evoluíram de uma forma relativamente rápida. Em 2011, já estávamos presentes no mercado norte-americano. Claro que há obstáculos à entrada de um produto inovador. Só o facto de ser um produto inovador constitui, por si só, um obstáculo à entrada, sobretudo nos mercados que não são maduros", diz.
Actualmente, a tecnologia Surfaceslab está presente na Alemanha, Espanha, Itália, França, Bélgica, Holanda, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Estados Unidos da América (EUA) e Brasil. Nalguns casos, a marca opera através de distribuidores. Noutros, através de revendedores locais. No mercado norte-americano, a empresa lançou uma nova versão de "software" RFID, concebida para o mercado de retalho e aplicada a todos os produtos da Surfaceslab, pois integra um módulo que permite a prevenção de perdas e o controlo do antifurto.
O Provedor de Roupa Interactivo é outra aplicação que permite ao cliente receber, no momento da prova, informações sobre o produto que está a experimentar. No segmento óptico, a empresa criou o Smart Eyewear Display, que permite identificar, em tempo real, óculos graduados de sol colocados na sua área de leitura.
"Começámos a utilizar esta tecnologia em livrarias, mas expandiu-se para outras áreas. Agora, estamos com um foco muito grande no mercado têxtil e de acessórios, que é, actualmente, um mercado de maior crescimento na implementação da tecnologia RFID nas superfícies inteligentes", explica Pedro França.
Bilhete de identidade
Nome Vicaima/Creativesystems ACE
Início de actividade Junho de 2010
Área de actividade Desenvolvimento e fornecimento de soluções de superfícies inteligentes que têm capacidade de leitura através de uma tecnologia que localiza e identifica objectos.
Número de colaboradores 27
Sede Vale de Cambra
O que é a RFID
É uma tecnologia de leitura que permite identificar e localizar objectos em espaços confinados. Começou por ser uma solução inovadora para o retalho têxtil e de calçado, livrarias, bibliotecas, multimédia, logística industrial e foi apresentada no mercado nacional, durante o evento "Portugal Tecnológico 2010". Esta tecnologia abriu novas perspectivas na gestão de "stocks", porque permite que qualquer objecto identificado com uma etiqueta RFID na banda de frequências UHF seja reconhecida em espaços confinados. Com esta tecnologia, a Surfaceslab recebeu o prémio de Investigação URSI Portugal, da Anacom, atribuído pelo Comité Português da URSI - International Union of Radio Science).
A Creative Systems não tinha, até à data, um dispositivo tão sofisticado que permitisse a localização precisa de um só livro num espaço tão confinado. Mas não disse que não a Américo Areal, ex-dono das Edições Asas, e foi à procura de quem pudesse ajudar a empresa a encontrar a solução para o seu problema. O desafio estava lançado e o Instituto de Telecomunicações de Lisboa agarrou-o, tornando-se responsável pelo projecto de investigação e desenvolvimento que viria a originar a Surfaceslab, a tecnologia que viria a mudar a identificação por radiofrequência a nível mundial.
Por ser única no mundo, a empresa pediu um registo de patente a nível mundial, apesar de já ter fornecido algumas concessões. Nos países onde as concederem, a patente está protegida e efectivada. Pedro França explica que uma tecnologia RFID normal permite ler, à distância, produtos a três ou quatro metros, mas não permite identificar a sua localização.
Com a invenção que está ser distribuida pelo mundo, consegue-se ler produto a produto em determinada prateleira e confinar a zona de leitura de uma forma definida. Este confinamento, no qual não há leituras cruzadas, é inovador. "Dentro de cada prateleira está uma antena que é nossa", revela o "business manager".
À conquista dos mercados externos
Depois da apresentação, em 2010, a Surfaceslab avançou para uma aproximação comercial. "As coisas evoluíram de uma forma relativamente rápida. Em 2011, já estávamos presentes no mercado norte-americano. Claro que há obstáculos à entrada de um produto inovador. Só o facto de ser um produto inovador constitui, por si só, um obstáculo à entrada, sobretudo nos mercados que não são maduros", diz.
Actualmente, a tecnologia Surfaceslab está presente na Alemanha, Espanha, Itália, França, Bélgica, Holanda, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Estados Unidos da América (EUA) e Brasil. Nalguns casos, a marca opera através de distribuidores. Noutros, através de revendedores locais. No mercado norte-americano, a empresa lançou uma nova versão de "software" RFID, concebida para o mercado de retalho e aplicada a todos os produtos da Surfaceslab, pois integra um módulo que permite a prevenção de perdas e o controlo do antifurto.
O Provedor de Roupa Interactivo é outra aplicação que permite ao cliente receber, no momento da prova, informações sobre o produto que está a experimentar. No segmento óptico, a empresa criou o Smart Eyewear Display, que permite identificar, em tempo real, óculos graduados de sol colocados na sua área de leitura.
"Começámos a utilizar esta tecnologia em livrarias, mas expandiu-se para outras áreas. Agora, estamos com um foco muito grande no mercado têxtil e de acessórios, que é, actualmente, um mercado de maior crescimento na implementação da tecnologia RFID nas superfícies inteligentes", explica Pedro França.
Bilhete de identidade
Nome Vicaima/Creativesystems ACE
Início de actividade Junho de 2010
Área de actividade Desenvolvimento e fornecimento de soluções de superfícies inteligentes que têm capacidade de leitura através de uma tecnologia que localiza e identifica objectos.
Número de colaboradores 27
Sede Vale de Cambra
O que é a RFID
É uma tecnologia de leitura que permite identificar e localizar objectos em espaços confinados. Começou por ser uma solução inovadora para o retalho têxtil e de calçado, livrarias, bibliotecas, multimédia, logística industrial e foi apresentada no mercado nacional, durante o evento "Portugal Tecnológico 2010". Esta tecnologia abriu novas perspectivas na gestão de "stocks", porque permite que qualquer objecto identificado com uma etiqueta RFID na banda de frequências UHF seja reconhecida em espaços confinados. Com esta tecnologia, a Surfaceslab recebeu o prémio de Investigação URSI Portugal, da Anacom, atribuído pelo Comité Português da URSI - International Union of Radio Science).