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O ADN do inovador em cinco passos

A inteligência criativa é uma das impressões digitais dos empreendedores inovadores. Hal Gregersen, professor de Liderança do INSEAD, esteve esta semana no sétimo encontro nacional da COTEC, onde identificou as cinco características que compõem o ADN do inovador .

O ADN do inovador em cinco passos
02 de Junho de 2010 às 11:36
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A inteligência criativa é uma das impressões digitais dos empreendedores inovadores. Hal Gregersen, professor de Liderança do INSEAD, esteve esta semana no sétimo encontro nacional da COTEC, onde identificou as cinco características que compõem “o ADN do inovador”.


1. Associação
A associação é como um músculo mental que pode crescer usando as outras aptidões. O estudo realizado para a Harvard Business Review sublinha que quanto mais frequentes são as capacidades de percepção, de classificação e de armazenamento, mais facilmente esses cérebros são capazes de fazer, manter e recombinar associações de forma natural e consistente. Os autores identificam esta aptidão como a habilidade de ligar questões, problemas e ideias de áreas diferente que aparentemente não tem conexão entre si. E citam o empreendedor Frans Johansson que descreveu este fenómeno como o “efeito Medici”, família que com a sua criatividade transformou Florença numa cidade para a qual confluíram escultores, cientistas, arquitectos e filósofos, entre outros. O cruzamento destes conhecimentos fez emergir o Renascimento, considerado um dos períodos mais inventivos da história.


2. Questionar
“O trabalho mais importante e difícil nunca é encontrar a resposta certa, mas sim a pergunta certa”, escrevia Peter Drucker há 50 anos, para demonstrar o impacto das questões provocativas. Os autores sustentam que esta capacidade tem de ser explorada até ao limite por aqueles que têm um ADN inovador e citam Roger Martin, autor do livro “Opposable Mind”. “os pensadores inovadores têm a capacidade de colocar duas ideias diametralmente opostas nas suas mentes. Sem entrarem em pânico ou optarem por resolverem um problema impondo uma alternativa a outra, são capazes de produzir uma sínteses que é superior a qualquer ideia contrária. Ou seja, as restrições acabam por servir como um detonador da criatividade, que por sua vez gera ideias que saem do “quadrado” mental.


3. Observar
Os inovadores empenham-se em procurar pequenos detalhes comportamentais – a actividade dos clientes ou fornecedores – de forma a obterem informação relevante sobre o modo de fazer as coisas. Um exemplo é o de Scott Cook, que criou um “software” financeiro a que chamou Quicken, em resultado de duas observações. A primeira foi a de ter assistido à frustração da mulher, preocupada em manter as suas contas em ordem. A segunda resultou de um amigo lhe ter permitido dar uma “olhadela” ao computador Lisa, da Apple, momentos antes de este ser oficialmente apresentado. A conjugação dos dois factores permitiu-lhe construir um interface gráfico que podia ser olhado como a outra face do mundo real (um livro de cheques, por exemplo) tornando mais fácil a sua utilização. Resolveu o problema da sua mulher e conquistou 50% do mercado financeiro de “software” logo no primeiro ano.


4. Experiências
Os empreendedores inovadores estão geralmente envolvidos em actividades de experimentação, sejam elas intelectuais ou de envolvimento em ambientes diferentes daqueles com os quais lidam no seu quotidiano. Para Jeff Bezos a experimentação é, de tal forma, um factor crítico para a inovação, que a institucionalizou na Amazon. “Encorajo os nossos empregados a fazerem experiências como se estivessem a percorrer becos de olhos vendados. Se conseguirmos descentralizar este processo podemos fazer uma série de experiências sem termos muitos custos, obtendo, em contrapartida, muito mais inovação”, afirma Bezos. Os autores consideram que uma das experiências mais poderosas de inovação é ter a possibilidade de trabalhar noutros países, porque isso aumenta a capacidade de inovar ao nível de produtos, processos e negócios.


5. Redes
Testar ideias através de uma rede de indivíduos diferenciados permite a quem inova ter visões radicalmente diferentes. Michael Lazaridis, fundador da Research in Motion, diz que a inspiração para o BlackBerry nasceu durante uma conferência, enquanto um orador descrevia um sistema ‘wireless’ concebido para a Coca-Cola, através do qual as máquinas enviavam um sinal quando precisavam de ser reabastecidas. Laziridis evoca um conselho que recebeu de um professor: “não fiques preso aos computadores, porque as pessoas que conseguirem integrar as tecnologias ‘wireless’ nos computadores vão fazer toda a diferença.”. Acontecimentos como o Festival de Ideias de Aspen são importantes para exercitar o ‘networking’, porque permitem assimilar ideias, projectos e paixões transmitidas por pessoas de esferas de interesses diversos, de académicos a cientistas, a artistas e empreendedores.



Três mil executivos



O estudo “O ADN do inovador” foi publicado na “Harvard Business Review” em Dezembro e resulta de uma investigação efectuada por Jeffrey H. Dyer, professor de Estratégia na Universidade de Brigham,Utah; Hal Gregersen (na foto), professor de Liderança no INSEAD e Clayton Christensen, professor de Administração de Empresas na Harvard Business School. Foram entrevistados três mil executivos e os autores estudaram ainda o comportamento de 25 empreendedores inovadores.







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