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Super Bock vai despedir 10% dos trabalhadores do grupo

A antiga Unicer, que emprega cerca de 1.300 trabalhadores, justifica a medida com a redução da atividade e o “cenário de recessão”, garantindo que reajusta a estrutura para “defender e proteger a sustentabilidade do grupo”.

Paulo Duarte/Negócios
16 de Junho de 2020 às 19:06
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O Super Bock Group, que inclui também as marcas Vitalis, Vidago, Pedras Salgadas ou Frutea, entre outras bebidas, decidiu avançar com "um reajustamento que afetará cerca de 10% da força de trabalho em diferentes áreas da organização", num processo que arranca já em junho e que deverá abranger cerca de 130 trabalhadores.

 

A decisão foi comunicada esta tarde à Comissão de Trabalhadores e aos perto de 1.300 trabalhadores do grupo sediado em Leça do Balio (Matosinhos), que tem como acionistas o grupo Violas (56%) e a Carlsberg (44%). Deixou a promessa de um programa de apoio que inclui "condições acima do quadro legal e um programa de ‘outplacement’ e formação focados na empregabilidade".

 

"A realidade atual é complexa e inédita e, num mundo cada vez mais volátil, a prioridade do Super Bock Group é, e será sempre, a sustentabilidade da empresa, adequando de forma contínua a sua estrutura às necessidades atuais e futuras do negócio", frisa o grupo liderado por Rui Lopes Ferreira.

 

Contactada pelo Negócios, fonte oficial recusou dar mais detalhes. Numa nota enviada às redações, a cervejeira fala numa "significativa redução da atividade" provocada pela covid-19 e num "cenário de recessão previsto para o futuro próximo", que obrigam a reajustar o quadro de pessoal para "defender e proteger a sustentabilidade do grupo".

 

A prioridade é, e será sempre, a sustentabilidade da empresa, adequando de forma contínua a sua estrutura às necessidades atuais e futuras do negócio. comunicado do super bock group

O Super Bock Group destaca, em particular, o canal de vendas que inclui os bares e a restauração (Horeca), que representa cerca de 70% do mercado de bebidas em Portugal. Forçado a uma paragem de perto de dois meses e mantendo ainda "constrangimentos" à atividade normal, os efeitos da pandemia "vão prolongar-se e continuar a ter um significativo impacto no desempenho" da empresa.

Em março, no início do período de confinamento e quando a produção na fábrica já estava a desacelerar devido ao fecho dos restaurantes e cafés, o grupo nortenho começou a aproveitar um subproduto extraído da cerveja sem álcool para, em parceria com a Destilaria Levira, de Anadia, ser transformado em gel desinfetante para oferecer aos hospitais.

 
Fechar e investir após saída do BPI

Controlada desde fevereiro de 2018 pelo grupo Violas – o BPI, detido pelo espanhol CaixaBank, vendeu por 233 milhões de euros os 25% na Viacer, participada também pelo grupo industrial Arsopi –, no início de 2019 encerrou o centro de produção de água no Caramulo, onde trabalhavam 26 pessoas e a quem deu "a possibilidade de transferência para uma outra unidade do grupo".

Em 2016, a então designada Unicer já tinha fechado a fábrica de refrigerantes em Santarém, que contava com cerca de sete dezenas de funcionários. Na altura, esse movimento foi acompanhado por um reajustamento das operações centrais em Leça do Balio, onde um número semelhante de pessoas também foi dispensado.

 

Em novembro de 2019, dois anos depois de trocar de nome, o grupo anunciou a ampliação e modernização da plataforma logística em Santarém, num investimento de 2,5 milhões de euros para otimizar a eficiência e capacidade de abastecimento aos clientes a sul do país. O projeto incluía a reabilitação de infraestruturas e a reconversão de várias áreas da unidade, incluindo a criação de 12 novos cais de carga e a ampliação da área de armazenagem.


(notícia atualizada às 19:30)

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