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Fábrica de processamento de nozes de 7 milhões e "única na Europa" inaugurada hoje em Évora

Uma fábrica de processamento de nozes "única em dimensão e características na Europa" é inaugurada esta sexta-feira em Torre de Coelheiros, concelho de Évora, como parte de um investimento de cerca de 50 milhões de euros do grupo Sogepoc.

Tiago Costa é CEO da divisão de negócio agrícola da Sogepoc, a holding do grupo Ortigão Costa.
Pedro Catarino
18 de Junho de 2021 às 07:08
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A unidade da Nogam, um dos mais recentes investimentos do grupo de Ortigão Costa, faz parte da estratégia de "diversificação" da sociedade familiar e representa um investimento de "6,9 milhões de euros", explicou à Lusa o diretor executivo, Tiago Costa.

Desse investimento, 1,7 milhões de euros foram financiados pelo programa COMPETE 2020, em função da "inovação produtiva" que representa a unidade.

O investimento global de "cerca de 50 milhões de euros", que inclui a "compra de terra, plantação, custo de manutenção das nogueiras até ao terceiro ano e também todo o investimento na fábrica e na unidade de apoio à parte agrícola" deverá resultar numa faturação anual "entre 20 a 25 milhões de euros" segundo as expectativas de Tiago Costa.

"Como vamos, de certa maneira, substituir a oferta americana no mercado europeu, que importa bastante noz, e nós próprios [Portugal] somos capazes de importar 70% do que consumimos, pretendemos ter uma oferta diferenciada que nos dá a perspetiva de vir a faturar entre 20 a 25 milhões de euros com esta unidade", explicou o diretor executivo da Nogam.

A fábrica deverá dar origem a "cerca de 100 postos de trabalho permanentes e também alguns temporários" e terá uma capacidade de processamento de "seis mil toneladas anuais de nozes com casca", das quais a 'fatia' de produção própria da Nogam deverá rondar as "quatro mil toneladas" em "velocidade de cruzeiro".

Depois, a Nogam pretende estabelecer "parcerias com produtores chilenos", que vão permitir complementar a colheita portuguesa com "colheita de contra estação do Chile", mas também com o processamento da produção de outros produtores nacionais.

"Ao fazer este investimento, assegurámos que era viável pela nossa produção própria, mas tornámo-lo com dimensão suficiente para ajudar ao desenvolvimento do setor e também para poder processar as nozes de terceiros", explicou Tiago Costa.

Trata-se, também, de um investimento fortemente vocacionado para a exportação, que deverá representar "60% a 70%" das operações da fábrica, a qual, apesar de estar a posicionar-se "também para o mercado português", tem como objetivo "substituir a oferta americana" para mercados fortemente importadores, "nomeadamente Espanha, Itália e Alemanha".

"Por um lado, vamos conseguir substituir a oferta americana, por outro, ao importar noz chilena com casca, vamos ser nós a parti-la aqui e a conseguir entregar aos clientes um produto mais fresco", explicou o responsável da Nogam.

Isto porque o trajeto dos frutos entre os Estados Unidos e a Europa "dura cerca de 40 dias" e a noz é importada já em miolo, apesar de ser "sempre mais bem conservada dentro da casca".

"Nós, o que vamos fazer é partir [a noz] próximo da encomenda, em quantidades de menor dimensão, portanto a encomenda pode ser mais pequena. Para todos os efeitos, vamos ser os únicos capazes de entregar noz fresca todo o ano, acabada de partir", concluiu Tiago Costa.

O processamento de noz começa pela eliminação do "cascarrão verde" que envolve o fruto seco no momento da colheita e passa por várias etapas até chegar ao consumidor final, quer ainda dentro da casca, quer como miolo.

"Passa-se por esse processo de retirada do cascarrão, limpeza da noz, inclusive da casca castanha, e depois secagem. Após isso, separa-se por calibres e já pode ser vendida assim. Quando não conseguimos vender com casca e temos outros pedidos para miolo, passamos à zona de partir e aproveitamos o miolo. Este, depois, passa por processos de seleção ótica e manual até ser embalado em diferentes dimensões", descreveu Tiago Costa.

A produção própria da Nogam corresponde a "785 hectares de fruto secos em geral", dos quais "615 hectares" são de nozes e os restantes de amêndoas.

A Sogepoc, 'holding' que detém a Nogam, entre outras empresas do ramo, é "um grupo familiar de capital português com uma longa experiência na agroindústria", segundo um comunicado da empresa enviado à Lusa.

 

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