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Banca empurra maioria da Cabelte para o fundo Oxy Capital
A maioria do capital da Cabelte, fabricante de cabos eléctricos e de telecomunicações, passou a ser controlada pelo fundo de reestruturação da Oxy Capital, em resultado da pressão dos credores bancários da empresa. Com esta mudança de propriedade, a família que fundou a empresa perdeu o controlo.
O fundo Oxy Capital, liderado por Miguel Lucas, tomou uma posição “largamente maioritária” na Cabelte, ficando o restante capital nas mãos de Tiago Neiva de Oliveira, neto de Nélson Quintas, líder histórico da empresa de cabos eléctricos e de telecomunicações, noticia o “Expresso”.
A alteração do controlo accionista resultou do facto de os dois maiores credores da Cabelte, o BCP e o BES, terem transformado créditos em capital que transferiram para o Oxy Capital, fundo com activos de 360 milhões e que é controlado em cerca de dois terços por estes dois bancos, além de outras duas instituições financeiras. No total, o passivo da empresa é de 130 milhões.
Esta operação resulta “da vontade das duas partes em encontrar uma solução”, adiantou Mário Pais de Sousa, líder executivo da Cabelte, ao “Expresso”. Este gestor assumiu a condução da empresa há cerca de um ano, o que levou ao afastamento de Neiva de Oliveira, por pressão dos bancos que exigiram uma reorganização do grupo.
A actividade da Cabelte, que exporta cerca de 80% da sua produção avaliada em 200 milhões de euros, foi afectada pela crise política na Líbia, seu principal mercado externo, tendo mesmo levado ao cancelamento de uma fábrica de cabos de fibra óptica no país em parceria com a Líbia Telecom.