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Imobiliário suíço mantém-se nos radares pelos piores motivos

Os reguladores do mercado imobiliário da Suíça provavelmente não terão descanso.

Bloomberg
30 de Março de 2019 às 13:29
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Sendo agora expectável que as taxas de juro na Europa permaneçam baixas por mais tempo, isso irá alimentar ainda mais a exuberância em curso no imobiliário suíço, que assistiu a vários alertas só este mês.

A questão é particularmente aguda nas propriedades que são compradas para arrendamento, com as seguradoras e os fundos de pensões a procurarem compensar retornos de outra forma escassos.

Os riscos já eram grandes o suficiente para justificar a atenção do Fundo Monetário Internacional há cinco anos, e desde então o Banco Nacional Suíço implementou a taxa de juro mais baixa do mundo. A imigração diminuiu e a taxa de desocupação aproxima-se de um máximo da década de 1990, quando houve uma crise imobiliária.

O banco central disse este mês que está a observar de perto a situação e vê um risco "particular" no investimento em imóveis residenciais. O aviso do banco central chegou pouco tempo depois de um alerta semelhante do governo, e o FMI poderá sinalizar preocupações quando apresentar a sua avaliação de saúde do setor financeiro do país na próxima semana.

"Agora que as taxas de juro deverão permanecer baixas por mais tempo, a preocupação do SNB é legítima", disse Jan-Egbert Sturm, diretor do KOF Swiss Economic Institute em Zurique. "Continua a ser algo a que temos de prestar atenção, é uma preocupação."

A última avaliação de estabilidade financeira do FMI na Suíça foi em 2014, e descobriu que os baixos custos de financiamento e a alta liquidez estavam a levar a uma "dinâmica de bolhas em algumas regiões e segmentos de mercado". Naquele ano, o governo exigiu que os bancos aumentassem a sua reserva de capital, ao mesmo tempo que foram apertadas as regras para a concessão de crédito à habitação. 

Neste cenário, a Associação Suíça de Bancos está a analisar a situação e disse este mês que vai alterar a sua auto-regulação para o mercado hipotecário se concluir que há um aumento dos riscos.

As licenças de construção caíram no segundo semestre de 2018, de acordo com o Zuercher Kantonalbank, sugerindo que o mercado pode estar a arrefecer por conta própria. Mas isso pode estar a mascarar fragilidades setoriais, segundo Ursina Kubli, chefe de análise imobiliária do banco. Foram emitidas menos licenças nas cidades, onde a procura é forte, mas o número continua elevado em muitas áreas rurais que já enfrentam problemas por causa dos níveis de desocupação.

A desaceleração "não deve ser considerada uma cautela saudável entre os investidores", disse Kubli.

A Secretaria de Estado para os Assuntos Económicos espera uma desaceleração suave no mercado imobiliário, mas está atenta às preocupações.

"É possível que um pequeno segmento se torne um problema para a estabilidade financeira geral", disse Ronald Indergand. "Basta olhar para a crise do subprime nos EUA".

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