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Duque de Loulé e Beato dão mais mil casas de luxo a Lisboa

A recuperação de prédios transformará a Avenida Duque de Loulé num novo eixo residencial em Lisboa. Há investidores dispostos a aplicar o seu dinheiro neste negócio, até porque a velocidade de vendas está garantida.

Bruno Simão
20 de Março de 2017 às 22:00
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São três as áreas que poderão mudar a face de Lisboa, trazendo cerca de 1.250 novos apartamentos de luxo à capital. Quem o diz é Pedro Lancastre, director-geral da consultora imobiliária JLL, em entrevista ao Negócios.

O primeiro pólo é uma zona "que está a ser lançada agora no mercado": a Avenida Duque de Loulé e arredores. "Vamos conhecê-la como uma nova centralidade residencial de segmento médio-alto", perspectiva o responsável, falando em cerca de 600 apartamentos, a maioria fruto de reabilitação urbana. Investidores nacionais e estrangeiros estão na corrida.

A isto juntam-se outras "cerca de 500 casas" num "projecto emblemático muito grande" no Braço de Prata. Trata-se do Jardins de Braço de Prata, construído pela Obriverca e com arquitectura do italiano Renzo Piano.

Na lista está ainda o projecto de recuperação do Convento de Santa Joana, nas imediações do Marquês de Pombal, com cerca de 150 apartamentos. O projecto é da promotora AM48, que tem também em curso os projectos The Boulevard nos Restauradores e Focus LX na Avenida António Augusto de Aguiar, ambos focados na vertente residencial.

"Lisboa é uma cidade antiga, com muitos prédios para serem reabilitados. Não há muitas capitais europeias com esta disponibilidade. Os investidores sabem que há aqui oportunidades. Também estão a fazê-lo porque sabem que há um cliente final e uma velocidade de vendas muito interessa", explica Pedro Lancastre.

A procura por imóveis residenciais tem-se feito sentir sobretudo no centro de Lisboa, em áreas como a Avenida da Liberdade, Príncipe Real, Baixa, Chiado e zona ribeirinha. A movimentar este mercado estiveram os programas de captação de investimento estrangeiro, como os vistos "gold". Contudo, para o director-geral da JLL, há outro factor mais forte a pesar.

"A mudança nos últimos anos teve a ver com a alteração da lei do arrendamento, que equilibrou o mercado para bem. Os senhorios não tinham capacidade para renovar. Isso fez com que os prédios estivessem mais disponíveis para serem reabilitados e trouxe uma vaga brutal de reabilitação", explica.

Apesar da dinâmica agitada, Lisboa também tem elementos a pesar negativamente na hora de avaliar o investimento feito para reabilitação. "Os prédios não têm muita escala. Às vezes, os investidores estrangeiros apontam esse defeito, porquê têm de comprar muitos prédios pequeninos", justifica.

Na JLL, 65% dos clientes são estrangeiros, de 43 nacionalidades. Em média, cada casa é vendida por cerca de 675 mil euros. "Há cada vez mais nacionalidades a querer conhecer o nosso país", posiciona Lancastre. Para o gestor, o segmento residencial vai manter-se atractivo nos próximos anos.

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Lisboa entre o residencial e a hotelaria

O mercado residencial tem-se afirmado em Lisboa, sobretudo para o segmento médio-alto. Ainda há margem para fazer crescer a oferta e o negócio associado. Uma tendência para durar, crê a JLL.

Oportunidades para construir em lisboa

Pedro Lancastre identifica os "grandes projectos de terra" como oportunidades em Lisboa. "Há projectos estruturantes que podem mudar o paradigma, porque têm muita escala", devendo ser pensados à escala internacional, diz. São eles os terrenos da Feira Popular, do antigo quartel de Campolide e o projecto do grupo SIL em Alcântara.

Lisboa protagoniza reforço hoteleiro

No mercado hoteleiro, o director-geral da JLL conta que Lisboa receberá 22 novos hotéis nos próximos dois anos. É metade do total nacional previsto. A capital contará assim com mais 2.200 quartos na hotelaria, reforçando uma oferta já fixada em 20 mil quartos. Há marcas internacionais no lote deste reforço.

JLL aposta em nova loja residencial

A marca Cobertura deixa de existir. A consultora imobiliária passa assim a gerir o negócio residencial com a sua marca e uma nova loja na Rua Castilho, em Lisboa. A aposta surge numa localização central, em linha com as tendências de compra para o mercado residencial na capital portuguesa. O departamento residencial da JLL empresa 70 pessoas.

2017 mostra subida no residencial

No primeiro trimestre deste ano, a JLL conseguiu vender o dobro das casas face ao mesmo período de 2016. "A franja dos investidores internacionais tem aumentado em número e valor", explica Pedro Lancastre. Brasil, França e Médio Oriente lideram na compra deste tipo de activos.

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