Notícia
Um planeta à beira da exaustão?
Desde 1966, a procura de recursos naturais duplicou, acentuando as diferenças entre habitantes de países ricos e pobres. Se cada morador da Terra consumisse como um americano, por exemplo, seriam necessários quatro planetas para responder esse aumento da procura.
08 de Junho de 2012 às 09:00
Global Footprint Network | Segundo a análise da GPN, os Estados Unidos estão entre os dez países do mundo com maior pegada ecológica.
Uma análise da Global Footprint Network, confirma o cenário preocupante. Os cálculos têm como objectivo dimensionar o quão sustentável é o globo, em termos de sua pegada ecológica - uma medida composta por factores tais como a queima de combustíveis fósseis, o uso de áreas agrícolas para produção de alimentos, ou o consumo de madeira e peixes capturados em ambiente selvagem. No ranking elaborado pela organização, os Estados Unidos ficam entre os dez países como maior pegada ecológica. Entre os primeiros da lista aparecem ainda Dinamarca, Bélgica, Austrália e Irlanda. O Golfo Pérsico emerge como a região com a pegada ecológica per capita mais alta do mundo, com o Qatar, Kuwait e Emirados Árabes Unidos entre os países menos sustentáveis.
O estudo mostrou, ainda, que a exploração dos recursos naturais provocou uma redução de 30% da vida selvagem no planeta desde 1970. Entre as espécies tropicais a redução foi ainda maior, duplicando aquele valor.
O relatório usa dados sobre tendências populacionais de várias espécies em redor do mundo compilados pela Sociedade Zoológica de Londres (ZSL, na sigla em inglês). Na edição mais completa de seu relatório até hoje, a ZSL examinou um número recorde de espécies (2.600), e populações destas espécies (9.104).
As espécies mais afectadas são as que habitam em rios e lagos das regiões tropicais, que apresentam uma redução de 70% desde 1970. O director da ZSL, Tim Blackburn, fez uma analogia entre as cifras ambientais e o mercado financeiro: "Haveria pânico se o FTSE, o principal índice da Bolsa de Londres, mostrasse um declínio como este. A natureza é mais importante do que o dinheiro. A humanidade pode viver sem dinheiro, mas nós não podemos viver sem a natureza e os serviços essenciais que ela nos traz.
Uma das recomendações que vão ser apresentadas na Cimeira Rio+20 diz respeito a este conceito, e aconselha os governos de todo o mundo a utilizarem indicadores económicos que incluam uma valoração do "capital natural".
Uma nova medida desenvolvida pelo WWF permite rastrear a escassez de água em 40 sistemas de rios ao redor do mundo com periodicidade mensal. A análise revela que 2,7 mil milhões de pessoas, quase metade da população mundial, já têm que lidar com falta de água, pelo menos durante o mês mais seco do ano.
O relatório destaca alguns exemplos de progresso quanto à sustentabilidade, tais como um programa no Paquistão, que ajudou produtores de algodão a reduzirem o uso de água, pesticidas e fertilizantes, sem baixarem os níveis de produção. Os dados também mostram algumas áreas que precisam de atenção urgente, tais como uma taxa mundial de desperdício de alimentos de 30% causada por comportamento irresponsável nas regiões mais ricas do planeta e a falta de infra-estruturas de armazenamento nos países em desenvolvimento.
Uma análise da Global Footprint Network, confirma o cenário preocupante. Os cálculos têm como objectivo dimensionar o quão sustentável é o globo, em termos de sua pegada ecológica - uma medida composta por factores tais como a queima de combustíveis fósseis, o uso de áreas agrícolas para produção de alimentos, ou o consumo de madeira e peixes capturados em ambiente selvagem. No ranking elaborado pela organização, os Estados Unidos ficam entre os dez países como maior pegada ecológica. Entre os primeiros da lista aparecem ainda Dinamarca, Bélgica, Austrália e Irlanda. O Golfo Pérsico emerge como a região com a pegada ecológica per capita mais alta do mundo, com o Qatar, Kuwait e Emirados Árabes Unidos entre os países menos sustentáveis.
O relatório usa dados sobre tendências populacionais de várias espécies em redor do mundo compilados pela Sociedade Zoológica de Londres (ZSL, na sigla em inglês). Na edição mais completa de seu relatório até hoje, a ZSL examinou um número recorde de espécies (2.600), e populações destas espécies (9.104).
As espécies mais afectadas são as que habitam em rios e lagos das regiões tropicais, que apresentam uma redução de 70% desde 1970. O director da ZSL, Tim Blackburn, fez uma analogia entre as cifras ambientais e o mercado financeiro: "Haveria pânico se o FTSE, o principal índice da Bolsa de Londres, mostrasse um declínio como este. A natureza é mais importante do que o dinheiro. A humanidade pode viver sem dinheiro, mas nós não podemos viver sem a natureza e os serviços essenciais que ela nos traz.
Uma das recomendações que vão ser apresentadas na Cimeira Rio+20 diz respeito a este conceito, e aconselha os governos de todo o mundo a utilizarem indicadores económicos que incluam uma valoração do "capital natural".
Uma nova medida desenvolvida pelo WWF permite rastrear a escassez de água em 40 sistemas de rios ao redor do mundo com periodicidade mensal. A análise revela que 2,7 mil milhões de pessoas, quase metade da população mundial, já têm que lidar com falta de água, pelo menos durante o mês mais seco do ano.
O relatório destaca alguns exemplos de progresso quanto à sustentabilidade, tais como um programa no Paquistão, que ajudou produtores de algodão a reduzirem o uso de água, pesticidas e fertilizantes, sem baixarem os níveis de produção. Os dados também mostram algumas áreas que precisam de atenção urgente, tais como uma taxa mundial de desperdício de alimentos de 30% causada por comportamento irresponsável nas regiões mais ricas do planeta e a falta de infra-estruturas de armazenamento nos países em desenvolvimento.