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MotoGP ainda acelera com combustíveis fósseis este ano. Até 2027 serão 100% renováveis
A Repsol acaba de assinar um acordo de colaboração com o Autódromo Internacional do Algarve, com o objetivo de reduzir emissões no motociclismo. Até junho a petrolífera vai estrear a primeira fábrica de biocombustíveis avançados em Espanha.
Com o arranque de mais uma temporada do Campeonato Mundial de Motociclismo (MotoGP), já este fim de semana em Portugal, no Autódromo Internacional do Algarve (desde 2006 que o campeonato não começava na Europa), está já prometido que no próximo ano, em 2024, os combustíveis renováveis serão uma realidade no MotoGP.
Na sequência do acordo entre a empresa internacional de gestão e marketing desportivo Dorna Sports, que detém os direitos comerciais para as competições de motociclismo, e a Federação Internacional de Motociclismo (FIM), os combustíveis usados no MotoGP a partir do próximo ano deverão ter pelo menos 40% de combustíveis não fósseis, chegando aos 100% até 2027.
Trata-se, na prática, de um novo tipo de combustíveis proveniente de fontes renováveis (em vez das tradicionais fósseis), como por exemplo os resíduos orgânicos, que permitem reduzir as emissões associadas ao seu consumo.
Quem quer ter uma parte ativa nesta mudança é a espanhola Repsol, que acaba de assinar um acordo de colaboração com o Autódromo Internacional do Algarve, com o objetivo de "potenciar benefícios e vantagens para ambas as instituições" até 2027. Em comunicado, as duas entidades anunciaram que pretendem trabalhar em conjunto para "liderar a transição energética numa perspetiva sustentável, garantindo o máximo desempenho e eficiência energética, enquanto minimizam as emissões de CO2".
Ainda durante o primeiro semestre de 2023, a Repsol vai estrear a sua primeira fábrica de biocombustíveis avançados em Cartagena (Espanha), que produzirá 250.000 toneladas de combustíveis renováveis a partir de resíduos.
A empresa está também a fazer progressos na sua fábrica de combustíveis sintéticos em Bilbao, que iniciará a produção na fase de demonstração em 2024. A Repsol quer atingir uma capacidade de produção de 1,3 milhões de toneladas de combustíveis renováveis até 2025 e mais de dois milhões de toneladas até 2030, e está a desenvolver diferentes soluções com baixa pegada de carbono em todos os âmbitos da mobilidade, incluindo a alta competição.
Além do MotoGP, a empresa multienergética tem também vindo a testar os combustíveis renováveis no Rally Dakar, onde a equipa Repsol já utiliza este tipo de combustível, e na Fórmula 4, uma competição para a qual a petrolífera está a fornecer um combustível 100% renovável já este ano.
A primeira etapa da temporada do Mundial de MotoGP de 2023 acontecerá já este fim-de-semana, de 24 a 26 de março, no Algarve. O calendário deste ano conta com 21 grandes prémios marcados, na maior época de sempre.