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Administrador da EDP Miguel Setas renuncia ao cargo, é substituído por Pedro Vasconcelos
A renúncia ao cargo terá efeito a 12 de abril, quando for designado o seu substituto na Assembleia Geral Anual da EDP. Depois de 18 anos na empresa, Miguel Setas "decidiu seguir uma oportunidade profissional fora da empresa, regressando ao Brasil".
Miguel Setas, atual membro do Conselho de Administração Executivo da EDP e "chairman" da EDP Brasil, renunciou ao cargo que ocupava desde 2015, anunciou a empresa esta segunda-feira em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), sem apresentar os motivos para a decisão de saída por parte do administrador.
Setas será substituído por Pedro Vasconcelos, que neste momento é o responsável pela operação da empresa na região da Ásia, informou a elétrica à CMVM, posteriormente.
Ao que o Negócios apurou, Miguel Setas recebeu um convite para voltar ao Brasil em trabalho, onde vai integrar uma empresa que não é concorrente direta da EDP. "Depois de 18 anos de um percurso notável na EDP, o Miguel Setas decidiu seguir uma oportunidade profissional fora da empresa, regressando ao Brasil", confirmou o CEO Miguel Stilwell num e-mail interno, ao qual o Negócios teve acesso.
A renúncia de Miguel Setas ao cargo terá efeito a partir de 12 de abril, quando for designado o seu substituto na Assembleia Geral Anual da EDP. Caberá assim aos acionistas da elétrica aprovar a eleição de Pedro Vasconcelos enquanto novo membro do Conselho de Administração Executivo da EDP até ao final do mandato em curso para o triénio 2021-2023.
"A EDP regista e agradece o importante contributo de Miguel Setas, que integrou o Conselho de Administração Executivo da EDP ao longo dos últimos oito anos, e reconhece a atuação exemplar, quer pessoal quer profissional, deste administrador", acrescentou a elétrica em comunicado à CMVM.
Agora 'chaiman' da empresa, Miguel Setas ocupou o cargo de CEO da EDP Brasil entre 2014 e 2021, tendo sido substituído por João Marques da Cruz. Antes disso, também no Brasil, foi CEO da EDP Renováveis no país.
"O contributo imensurável do Miguel reflete-se na nossa organização, em especial nas áreas em que desenvolveu funções, entre as quais a EDP Comercial, EDP Inovação, EDP Brasil, EDP Produção, E-Redes e, nos últimos oito anos, como membro do Conselho de Administração Executivo. Estou grato por ter tido a oportunidade de partilhar com o Miguel estes últimos anos de liderança no âmbito de um período transformador para a empresa", escreveu ainda Stilwell de Andrade no mesmo e-mail, anunciando ao mesmo tempo a proposta de Pedro Vasconcelos para o cargo.
Já o novo administrador integra os quadros da EDP desde 2007 e "dispõe de um amplo conhecimento da sociedade, com uma forte experiência no sector da energia, entendendo-se que dispõe das condições adequadas para integrar o Conselho de Administração", anunciou também a EDP em comunicado à CMVM.
O Conselho de Administração Executivo da EDP é composto por cinco membros e passará a ter a seguinte composição a partir de 12 de abril: Miguel Stilwell de Andrade (presidente), Rui Teixeira, Vera Pinto Pereira, Ana Paula Marques e Pedro Vasconcelos.
"Num momento crítico para a estratégia da EDP, enquanto trabalhamos para liderar e acelerar a transição energética a nível mundial, estou certo de que o Cnselho de Administração Executivo irá beneficiar das competências extraordinárias do Pedro, bem como do seu profundo conhecimento do sector energético e da empresa", acrescentou ainda o CEO no seu e-mail.
O novo administrador proposto é membro da equipa de gestão da EDP Renováveis e Chief Operating Officer para a região Ásia-Pacífico, presidente executivo do Sunseap Group (Singapura), membro do Conselho de Administração da OW Ocean Winds e membro do Conselho de Administração da EDP Inovação e da EDP Ventures.
Licenciado em Engenharia Aeroespacial, integrou o Grupo EDP em 2007 como Gestor de Projetos de Fusões e Aquisições e Desenvolvimento de Negócio, função que desempenhou até 2009. Foi então destacado para os EUA, onde integrou a NGEN Partners. Regressou a Lisboa dois anos para o cargo de Chefe de Gabinete do CEO da EDP até ao final de 2012.
Em 2014, juntou-se ao Conselho de Administração da EDP Internacional, onde liderou o desenvolvimento hídrico na América Latina. Na sequência disso integrou a EDP Renováveis em 2016 como diretor de estratégia solar, tanto nos EUA como na Europa.
De 2017 até ao final de 2021, foi Diretor Global de Fusões e Aquisições e Desenvolvimento de Negócio no Grupo EDP, tendo liderado, entre outros, os Planos de Negócios para 2019-22 e para 2021-25, desinvestimentos estratégicos no valor de três mil milhões na geração (gás e hídrica) e comercialização de energia, investimentos estratégicos de 3,7 mil milhões de euros em redes de distribuição e plataformas renováveis e duas operações de aumento de capital no valor de 2,5 mil milhões de euros.
Notícia atualizada às 21h20 com mais informações disponibilizadas pela EDP na CMVM.