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Secil apresenta proposta para comprar cimenteira no Lobito
A Secil propôs ao Governo angolano a compra da cimenteira Encime, situada no Lobito, que envolve um investimento significativo no aumento da produção, disse ao Canal de Negócios, Pedro Queiroz Pereira.
A Secil propôs ao Governo angolano a compra da cimenteira Encime, situada no Lobito, que envolve um investimento significativo no aumento da produção, disse ao Canal de Negócios, Pedro Queiroz Pereira.
Segundo o presidente da Semapa, que detém a Secil, a proposta surge na sequência do interesse da empresa portuguesa em aumentar bastante a produção de cimento, para responder ao forte crescimento da procura do mercado angolano.
Em causa poderá estar um investimento até cerca de 50 milhões de dólares (42,49 milhões de euros), a concretizar faseadamente e em função da evolução da procura. Dado o elevado montante em causa, a Secil optou por realizar uma proposta de compra da cimenteira que está a gerir há cerca de dois anos. O objectivo é reforçar a capacidade de produção no mercado angolano entre "50 a 70 mil toneladas por ano", especificou ao Canal de Negócios, Carlos Alves, presidente da Secil.
O grupo português assinou um acordo com o Governo angolano para assegurar a gestão da unidade durante 10 anos. Em 26 de Setembro de 2000, realizou-se a cerimónia de entrega à Tecnosecil da fábrica da Encime no Lobito.
A compra da cimenteira propriamente dita poderá representar um investimento de 10 milhões de dólares (8,49 milhões de euros). O Canal de Negócios soube que o negócio esteve para ser fechado durante esta visita oficial de Durão Barroso, mas não foi possível chegar a acordo em tempo útil. No entanto, "as negociações com o Governo angolano continuam", sublinhou Pedro Queiroz Pereira.
Em Angola, a Secil controla 70% da Tecnosecil, cujas vendas atingiram, em 2002, um total de 26,480 mil toneladas. As boas perspectivas para o mercado angolano, em particular, na região Sul, foram um suporte para a cimenteira investir num novo moinho de cimento, que permitirá aumentar a capacidade de produção para 180 mil toneladas/ano.
O investimento da nova cimenteira será realizado através desta participada angolana, que registou prejuízos de 310 mil euros em 2002. A fileira do cimento em Angola tem potencial de crescimento com as reaberturas e arranjos de vias de comunicação necessárias após um longo período de guerra.
A Secil está apostada neste mercado, tendo resolvido o diferendo que mantinha com Luanda, após a nacionalização de fábricas da empresa sem a devida compensação. "Está tudo resolvido. Fizemos um acordo e fomos compensados", destacou Carlos Alves.