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Ricardo Machado pagou 25 milhões por Herdade do Vale Feitoso

O empresário português revelou há cerca de 10 dias que tinha adquirido o antigo feudo da família Espírito Santo mas sem revelar valores.

Edgar Martins
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Vinte e cinco milhões de euros. Terá sido este o valor pago pelo empresário português Ricardo Machado para comprar a maior propriedade privada vedada de Portugal, segundo avança esta quarta-feira o site especializado em imobiliário Eje Prime, citando "fontes do mercado".

A 23 de julho passado, o empresário indicou que tinha adquirido a Herdade do Vale Feitoso, localizada em Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco. 

Então, em declarações ao Negócios, o empresário recusou revelar o valor da operação, indicando, contudo, que a compra foi fechada por um valor "bastante maior" do que os 20,7 milhões de euros desembolsados pelo grupo espanhol Tenigla em 2021.

Ricardo Machado disse ainda que vai "manter todo o plano de investimento de 50 milhões de euros" que o grupo espanhol tinha anunciado para o Vale Feitoso, tornando-a "numa herdade autossustentável", e avançou que é seu objetivo apostar "na aquisição de mais propriedades florestais" no nosso país.

O empresário português, que se notabilizou em projetos empresariais em vários países africanos, pretende "dar sequência a um plano de reorientação da exposição geográfica da sua carteira de investimentos, reduzindo presença no continente africano e aumentando a aposta na Europa e, em particular, em Portugal".

O feudo do "dono disto tudo"

A Herdade do Vale Feitoso é uma propriedade com 7.300 hectares, dos quais 1.200 são reserva de caça turística, destino de famosos caçadores nacionais e internacionais no período reservado à caça grossa, como veados, gamos, muflões, corços ou javalis.

Foi comprada pelo Grupo Espírito Santo (GES) em 2004, tendo sido convertida pelos Salgado numa espécie de feudo familiar, sítio para festas e caçadas com os amigos.

 

Entretanto, o GES colapsou e arrastou para a falência a dona da herdade, a Companhia Agrícola de Penha Garcia, nome da aldeia idanhense que acolhe pouco mais de meio milhar de habitantes.

 

Mais tarde, o herdeiro do BES executou hipotecas que tinha sobre estes ativos, tendo a companhia sido declarada insolvente em fevereiro de 2017, num processo em que o Novo Banco reclamou créditos de 53,3 milhões de euros.

 

Desde o final de 2018 que a massa falida da Penha Garcia vinha promovendo vários procedimentos de venda, com sucessivas revisões em baixo do preço, tendo no ano passado vendido a herdade a um fundo de investimento imobiliário detido pela Tenigla.

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