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Repsol admite comprar pequenas redes em Portugal
A Repsol YPF admite comprar pequenas redes de retalho de combustíveis em Portugal, no quadro da sua estratégia de crescimento para o mercado nacional, apresentada hoje em Madrid. O objectivo é passar dos actuais 19% do mercado para 25% em três anos, tendo
A Repsol YPF admite comprar pequenas redes de retalho de combustíveis em Portugal, no quadro da sua estratégia de crescimento para o mercado nacional, apresentada hoje em Madrid. O objectivo é passar dos actuais 19% do mercado para 25% em três anos, tendo a empresa previstos investimentos de 60 milhões de euros para o triénio 2006/9, revelou o «country manager» da Repsol para Portugal, José Luis Anguera.
Cerca de metade deste investimento poderá ser alcançado pela via orgânica, aumentando a eficiência e as vendas por posto, no entanto, a Repsol admite aquisições de pequenas redes no mercado português.
Para o gestor da Repsol não faz sentido que petrolíferas de líderes mundiais e regionais, como a Esso (ExxonMobil) ou a Total, mantenham quotas abaixo de 5% no mercado português, por isso, diz, a empresa estará atenta a oportunidades de negócio com rentabilidade e que permitam um desenvolvimento sustentado. A prioridade é consolidar o investimento feito e optimizar os resultados da operação.
Galp fora dos planos da Repsol
A Galp Energia não está contudo nos planos da companhia espanhola que, «em princípio, não tem interesse na Petrogal».
Quanto a novos negócios, como o gás natural, José Luis Anguera lembra que o mercado português ainda não se encontra liberalizado, mas admite que haverá interesse em entrar em Portugal através da parceira que a Repsol tem com a sua participada Gas Natural para este produto, uma actividade que não é explorada directamente pela petrolífera.
No entanto, realça, para além do facto do mercado do gás continuar fechado, a Gas Natural deverá nos próximos meses concentrar todas as suas atenções na oferta sobre a Endesa, ficando menos disponível para avaliar outras oportunidades.
Apesar de uma presença superior a 20 anos, a Repsol reconhece a falta de notoriedade da marca que não corresponde à dimensão da operações entretanto adquiridas. A companhia arrancou ontem com uma campanha de publicidade, orçada em 7,5 milhões de euros, em todos os meios para aumentar a sua visibilidade no mercado nacional.
Quase 12 meses depois de realizada a aquisição da rede portuguesa da Shell, a Repsol esta a concluir o processo de mudança de imagem dos postos, um investimento de 21 milhões de euros que está concretizado em cerca de 90% da rede de 305 estações e cerca de 124 lojas compradas à Shell.
Com 415 estações, a Repsol tem a segunda maior rede em Portugal a seguir à Galp, mas a quota de mercado em vendas é inferior à da BP e fica-se nos 19%. A empresa tem posições importantes no GPL (gás de petróleo liquefeito) com 20% do mercado e nos asfaltos (30%), mas está muito aquém dos objectivos nos lubrificantes, onde tem apenas 2% do mercado e que será uma das prioridades.
Nos Açores e Madeira, a Repsol é o segundo maior operador com quase metade do mercado.
A Repsol espera concluir este ano o processo de reorganização empresarial em Portugal com a redução do número de empresas de 15 para oito, todas debaixo da nova Repsol Portuguesa, que fica com mais de 1100 efectivos.
Esta empresa controla juridicamente a Repsol Polímeros, que detém a Borealis (em Sines), e a actividade de GPL, não obstante estes negócios serem geridos a partir de Espanha.
* A jornalista viajou a Madrid a convite da Repsol