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João Vasconcelos: "Lisboa recebe bem os empreendedores"
"O facto mais relevante destes dois anos é que ficou provado que Lisboa é uma cidade que recebe bem os empreendedores, é uma cidade "friendly" para quem quer montar uma "startup", em especial na zona histórica", diz João Vasconcelos, director executivo da Startup Lisboa, em conversa com o Negócios.
A Startup Lisboa tem dois anos. Que balanço faz?
Um balanço muito positivo. Superou muito as nossas expectativas. Conseguimos apoiar muito mais empresas e conseguimos apoiar a criação de muito mais postos de trabalho do que pensávamos. Ao fim de dois anos estamos em obras para um terceiro edifício. O facto mais relevante destes dois anos é que ficou provado que Lisboa é uma cidade que recebe bem os empreendedores, é uma cidade "friendly" para quem quer montar uma "startup", em especial na zona histórica.
Quantas empresas estão incubadas na Startup Lisboa?
Nos dois edifícios que temos devem estar cerca de 80 empresas. Já passaram mais de cem empresas pela Startup Lisboa. A taxa de mortalidade é muito baixa porque fazemos uma selecção muito grande. Há uma selecção feita por um júri. Não seleccionamos as empresas pela ideia. O segredo não está nas ideias. O principal factor de selecção é a equipa, é a experiência que a equipa tem daquele sector onde pretendem fazer um negócio.
Há dinheiro para investir nestas empresas?
Nestas empresas não há crédito. Não aceitamos nem recomendamos que nenhuma empresa que esteja aqui incubada aceite [crédito]. Aqui só há uma maneira de financiar. Quando começa e não tem nada – só tem uma ideia e muito boa vontade – há um banco que se chama três "F" – o Family, Fools and Friends (família, malucos ou amigos) – que emprestam algum dinheiro para, durante seis meses ou um ano, desenvolver a sua ideia. Normalmente é assim que funciona.
Mas como é que estas empresas sobrevivem?
Há muitos "business angels", há muitos capitais de risco e há muito dinheiro disponível para investir nestas empresas. Muitas pessoas estão a investir o seu dinheiro. Altos quadros de multinacionais e de grandes empresas nacionais, que não querem abandonar os cargos em que estão, mas que toda a vida tiveram o bichinho de serem empreendedores. E investindo e apoiando uma "startup" conseguem sentir um bocadinho o que é criar uma empresa. Muitas vezes, com a sua experiência profissional num determinado sector, são uma parte essencial para o desenvolvimento daquela "startup".