Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

La Seda decide hoje saída de impasse financeiro e mexida na gestão

A fabricante de plásticos La Seda de Barcelona, em que a CGD) e Imatosgil são os maiores accionistas, decidirá hoje o seu destino. Em causa está a administração e a saída para a situação financeira, penalizada com uma dívida de 600 milhões de euros. E poderá estar também em causa o projecto de 400 milhões em Sines.

09 de Junho de 2009 às 12:44
  • ...
A fabricante de plásticos La Seda de Barcelona, em que os portugueses Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Imatosgil são os maiores accionistas, com 19,64% no conjunto, decidirá hoje o seu destino, noticia o “Expansión”. Em causa está a administração e a saída para a situação financeira, penalizada com uma dívida de 600 milhões de euros. E poderá estar também em causa o projecto de 400 milhões em Sines.

Sob o título “guerra aberta no conselho da La Seda para destituir o presidente”, o jornal espanhol Expansión”, na sua edição de hoje, garante que este é um “dia chave” para a empresa. “Vários” dos membros do conselho de administração, escreve o jornal, deverão pedir a demissão do presidente da companhia, Rafael Espanhol, que gere hoje uma companhia com uma dívida de 600 milhões de euros, perdas de 368 milhões de euros (relativas a 2008) e acções suspensas de negociação desde 5 de Junho, sexta-feira passada.

Os portugueses Imatosgil, de Manuel Matos Gil, a Caixa Geral de Depósitos detêm, actualmente, 12,4% e 7,22%, respectivamente. São, de acordo com os dados hoje reproduzidos no “Expansión”, os seus maiores accionistas individualmente, seguidos da Liquidambar, que reúne várias caixas de poupanças espanholas, (6,1%) e a Oman Oil, detida pelo Sultanato de Omã (5,99%).

A reunião de hoje foi precisamente solicitada pela Liquidambar, com carácter de urgência, para abordar as contas e apresentar um pedido de renúncia de cargos do actual conselho de administração.

Na carta, a que o jornal espanhol teve acesso, o agrupamento de caixas de poupança acusa a presidência da administração da La Seda de “manifesta inactividade”. A Liquidambar “chumba” as contas de 2008, sobretudo por não ter tido acesso prévio à realização do conselho dos resultados anuais, sobre os quais pedem agora explicações, baseados nos auditores: “referimo-nos, em particular, a reservas e objecções que, sobre aspectos e informações significativas das contas e sobre determinadas operações efectuadas pela sociedade, que foram apresentadas pelo Comité de Auditoria, que põem em evidência incertezas significativas sobre a exactidão e veracidade das contas”. A Liquidambar acabou por ter as contas a 3 de Junho, mas “chumbou-as”.

As caixas espanholas querem ainda, explicaram na missiva que o jornal acedeu e da qual reproduziu excertos hoje nas suas páginas, a “deliberação sobre e revogação e designação de cargos no seio do conselho”.

Portugueses devem “chumbar” administração

Na contagem de votos contra o actual presidente Rafael Español, o “Expansión” conta quatro votos: da Inverlan Dulce, que representa os interesses da Imatosgil e da CGD, da Oman Oil e da própria Liquidambar. O que quer dizer que, contra estes 30% de capital e quatro votos em conselho, estaria do outro lado, além do presidente, outros três membros, representativos de 5% do capital: Joan Castells (vice-presidente), José Luís Morlanes e Jacinto Soler.

CGD financia emissão de 150 milhões

O grupo La Seda - que em Portugal está já atrasado cinco meses no desenvolvimento do projecto de 400 milhões de euros da fábrica de PET em Sines, para o qual garantiu financiamento até 320 milhões de euros – tem um passivo de 1,3 mil milhões de euros. A falta de liquidez do grupo foi já motivo suficiente para que a unidade catalã, em El Prat, parasse a laboração.

O “fantasma” de suspensão de pagamento de salários e de cobrança de credores, noticia o jornal económico, só foi afastado porque na semana passada se avançou a hipótese da CGD, “accionista e principal credor” da La Seda, poder “assegurar uma emissão de obrigações convertíveis em 150 milhões de euros como passo prévio ao refinanciamento da dívida”.

O jornal adianta que, em 18 meses, a companhia que detém agora as acções suspensas na praça espanhola nos 0,34 euros, já perdeu mais de 70% do seu valor, com a capitalização bolsista a descer para 213 milhões de euros.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio