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João Salgueiro: Prejuízos dos bancos serviram para limpar os balanços

O ex-Governador do Banco de Portugal João Salgueiro considerou hoje que os prejuízos históricos registados em 2011 pelos principais bancos a operar em Portugal serviram para "limparem os seus balanços" e enfrentar o futuro com maior solidez.

06 de Fevereiro de 2012 às 22:20
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Questionado à margem de uma conferência na Livraria Ferin, em Lisboa, sobre os prejuízos superiores a mil milhões de euros que BCP, BPI e BES o ano passado, João Salgueiro disse que os resultados não devem ser vistos como preocupantes porque os bancos "limparam os seus balanços", depois de terem contabilizado o ano passado as perdas com dívida pública e com fundos de pensões, assim como o reforço das provisões para cobrir as imparidades.

O economista disse mesmo que esta é uma altura em que podem surgir novos investimentos nas instituições bancárias, quer dos "atuais accionistas como de novos".

Quanto a fusões ou aquisições no sistema bancário português, João Salgueiro não está a antever essa possibilidade para breve, com excepção para o Banif, que poderá ser adquirido por um banco estrangeiro "que queira crescer ou entrar em Portugal".

Os três maiores bancos privados portugueses apresentaram prejuízos de quase 1.100 milhões de euros durante o ano passado. A lista dos piores resultados é encabeçada pelo BCP, que registou um prejuízo de 786 milhões de euros, seguida do BPI, com um resultado negativo de 203,9 milhões, e do BES, com 108,8 milhões de euros. Contrariando a tendência do sector, o Santander Totta conseguiu um lucro de 64,1 milhões de euros.

O Governador do Banco de Portugal justificou a semana passada estes resultados negativos com "factores não recorrentes" e garantiu que sem os factores extraordinários que os bancos tiveram de incluir nas contas de 2011, estes teriam tido lucro no ano passado, ainda que abaixo do resultado de anos anteriores.

"Os resultados reflectem medidas excepcionais e não recorrentes, como a transferência dos fundos pensões, algumas imparidades (apesar de pequenas) e o facto de terem de seguir as recomendações estabelecidas pela Autoridade Bancária Europeia", justificou Carlos Costa, à margem de uma conferência organizada pela Associação Portuguesa de Bancos (APB).
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