As autoridades italianas estão a investigar a Amazon e três dos seus executivos por alegada evasão fiscal no valor de 1.200 milhões de euros durante três anos, avança, esta sexta-feira, a Reuters, que cita duas fontes com conhecimento do processo.

As primeiras informações relativas ao lançamento de um investigação vieram a público no ano passado, mas os detalhes relativos à sua dimensão apenas emergiram esta sexta-feira, com o Corriere della Sera a ser o primeiro a reportar.

O Ministério Público de Milão e as autoridades fiscais colocaram os três gestores e a unidade europeia da Amazon, sediada no Luxemburgo, sob investigação por fraude fiscal em vendas online em Itália entre 2019 e 2021.

Segundo as fontes ouvidas pela agência de notícias, o algoritmo da Amazon permitia-lhe vender em Itália produtos de vendedores fora do bloco dos 27, sobretudo chineses, sem revelar a sua identidade, ajudando-os a evitar pagar o Imposto Sobre Valor Acrescentado (IVA) aos cofres de Roma. Ao abrigo da lei italiana, um intermediário que disponibilize produtos para venda no país é coresponsável pelo não pagamento do IVA por parte de vendedores que não pertencem à União Europeia que utilizem a sua plataforma de comércio eletrónico.

A "conta" que a Amazon terá de pagar, a confirmarem-se as ilegalidades apontadas, pode subir até 3.000 milhões de euros, considerando coimas e juros, ainda de acordo com a Reuters que indica que a gigante do comércio eletrónico não comentou o caso nem sequer quando emergiram as primeiras informações a respeito.

A investigação, iniciada em 2021, resultou de controlos de rotina levados a cabo pelas autoridades fiscais italianas numa zona a norte de Milão, segundo detalharam as mesmas fontes que falaram sob a condição de anonimato.