Notícia
Hospital da Luz duplica em 2019 e deverá facturar 350 milhões nos cinco anos seguintes
O Hospital da Luz, que completa hoje 10 anos, vai ter o dobro da dimensão em 2019 e, nos cinco anos seguintes, deverá facturar 350 milhões de euros, revelou à agência Lusa a administradora do grupo Luz Saúde.
18 de Abril de 2017 às 07:28
A propósito deste aniversário, Isabel Vaz reafirmou que o Hospital da Luz - que considera "o mais bonito e mais moderno de Portugal" - foi "um caso de sucesso" e que, até hoje, "não parou de crescer".
Há 10 anos, Ricardo Salgado, então administrador do Grupo Espírito Santo (GES), principal accionista do Hospital da Luz, disse que esperava que o investimento do grupo (150 milhões de euros) tivesse retorno ao fim de sete anos. Ao fim de dois, a empresa já tinha lucro líquido e actualmente tem um volume de negócios anual de 155 milhões de euros.
"O hospital basicamente triplicou todas as nossas previsões iniciais", afirmou Isabel Vaz, recusando a ideia de que este é "um hospital para ricos".
"Temos um Serviço Nacional de Saúde (SNS) que é financiado pelos nossos impostos e acessível a toda a população. O sector privado financia-se numa lógica de dupla cobertura, pois além de pagarmos os nossos impostos para termos acesso ao SNS, cerca de 40% da população portuguesa paga adicionalmente para ter acesso à rede privada de cuidados de saúde (20% seguros, dos quais metade pagos pelos empregadores, e privados)", disse.
Sobre o contributo do subsistema de saúde dos funcionários públicos (ADSE), Isabel Vaz não tem dúvida que o hospital sobrevivia sem este, mas reconhece: "Seria um hospital com uma linha de produtos clínicos seguramente diferentes".
Para a administradora, "a grande diferença da ADSE em relação aos seguros comerciais em geral é que é um subsistema de saúde sem limite de idade nem plafonamento da despesa e tem uma grande parte de beneficiários reformados, mais velhos e, por isso, com necessidades muito superiores às mais novas, do ponto de vista de risco da saúde".
Sem a ADSE "teríamos de focar o hospital noutro tipo de tipologia de produtos que hoje não são cobertos pelos seguros e sim pela ADSE. Seria um hospital diferente, mas que sobreviveria".
A propósito de plafonamentos, Isabel Vaz assegurou que os doentes oncológicos são informados do custo dos tratamentos e quanto o utente tem de pagar.
"Tornamos muito claro aos doentes o que vai de facto acontecer", disse.
Isabel Vaz defende que se questione a razão de os utentes que têm acesso ao SNS optarem, quando podem, pelo privado.
"Fala-se pouco dos movimentos do público para o privado. Porque vêm? Vêm porque muitas vezes existem listas de espera, porque muitas vezes a melhor tecnologia pode estar no sector privado. É muito limitativo falar só dos movimentos do privado para o público, quando também há movimentos no sentido contrário e nem sempre pelas melhores razões, nomeadamente as listas de espera".
E remata: "Se hoje existe um sector privado tão pujante é porque de alguma forma há necessidades que as pessoas também colmatam no privado e que pagam com uma cobertura adicional".
Mas a gestora acredita que a discussão em torno do público versus privado é mais ideológica e política que outra coisa e que a mesma passa ao lado dos utentes e dos seus interesses.
Com as obras de ampliação a decorrer, o Hospital da Luz vai duplicar a sua dimensão e produção até 2019, contando para isso com um investimento de 100 milhões de euros.
Nos cinco anos seguintes, a facturação deste hospital deverá atingir os 350 milhões de euros.
Em 2016, o hospital fez 425 mil consultas externas e 110 mil urgências, 16 mil cirurgias e partos e um milhão de exames. O volume de negócios é da ordem dos 155 milhões de euros.
Há 10 anos, Ricardo Salgado, então administrador do Grupo Espírito Santo (GES), principal accionista do Hospital da Luz, disse que esperava que o investimento do grupo (150 milhões de euros) tivesse retorno ao fim de sete anos. Ao fim de dois, a empresa já tinha lucro líquido e actualmente tem um volume de negócios anual de 155 milhões de euros.
"Temos um Serviço Nacional de Saúde (SNS) que é financiado pelos nossos impostos e acessível a toda a população. O sector privado financia-se numa lógica de dupla cobertura, pois além de pagarmos os nossos impostos para termos acesso ao SNS, cerca de 40% da população portuguesa paga adicionalmente para ter acesso à rede privada de cuidados de saúde (20% seguros, dos quais metade pagos pelos empregadores, e privados)", disse.
Sobre o contributo do subsistema de saúde dos funcionários públicos (ADSE), Isabel Vaz não tem dúvida que o hospital sobrevivia sem este, mas reconhece: "Seria um hospital com uma linha de produtos clínicos seguramente diferentes".
Para a administradora, "a grande diferença da ADSE em relação aos seguros comerciais em geral é que é um subsistema de saúde sem limite de idade nem plafonamento da despesa e tem uma grande parte de beneficiários reformados, mais velhos e, por isso, com necessidades muito superiores às mais novas, do ponto de vista de risco da saúde".
Sem a ADSE "teríamos de focar o hospital noutro tipo de tipologia de produtos que hoje não são cobertos pelos seguros e sim pela ADSE. Seria um hospital diferente, mas que sobreviveria".
A propósito de plafonamentos, Isabel Vaz assegurou que os doentes oncológicos são informados do custo dos tratamentos e quanto o utente tem de pagar.
"Tornamos muito claro aos doentes o que vai de facto acontecer", disse.
Isabel Vaz defende que se questione a razão de os utentes que têm acesso ao SNS optarem, quando podem, pelo privado.
"Fala-se pouco dos movimentos do público para o privado. Porque vêm? Vêm porque muitas vezes existem listas de espera, porque muitas vezes a melhor tecnologia pode estar no sector privado. É muito limitativo falar só dos movimentos do privado para o público, quando também há movimentos no sentido contrário e nem sempre pelas melhores razões, nomeadamente as listas de espera".
E remata: "Se hoje existe um sector privado tão pujante é porque de alguma forma há necessidades que as pessoas também colmatam no privado e que pagam com uma cobertura adicional".
Mas a gestora acredita que a discussão em torno do público versus privado é mais ideológica e política que outra coisa e que a mesma passa ao lado dos utentes e dos seus interesses.
Com as obras de ampliação a decorrer, o Hospital da Luz vai duplicar a sua dimensão e produção até 2019, contando para isso com um investimento de 100 milhões de euros.
Nos cinco anos seguintes, a facturação deste hospital deverá atingir os 350 milhões de euros.
Em 2016, o hospital fez 425 mil consultas externas e 110 mil urgências, 16 mil cirurgias e partos e um milhão de exames. O volume de negócios é da ordem dos 155 milhões de euros.
A empresa que gere o Hospital da Luz, cujo maior acionista era o Grupo Espírito Santo, respondeu ao colapso do grupo empresarial sujeitando-se ao escrutínio do mercado de capitais, o que "valeu a pena", segundo a administradora.
Colapso do grupo Espírito Santo foi "total surpresa"
A administradora do grupo Luz Saúde diz ainda que recebeu a notícia do colapso do grupo Espírito Santo com "total surpresa".
"Para nós foi uma total surpresa. A Espírito Santo Saúde vivia no seu ecossistema de saúde, éramos uma empresa com muito sucesso, e continuamos a ser, e o que se passou foi uma surpresa", disse.
Em termos pessoais, Isabel Vaz afirma que recebeu esta notícia com "uma tristeza enorme".
"Foi um accionista a quem devemos tudo, que apostou em nós, como equipa", disse.
Segundo Isabel Vaz, o Grupo Espírito Santo investiu 150 milhões de euros na Espírito Santo Saúde.
Na altura, "quando percebemos que o Grupo Espírito Santo estava numa derrocada, o que fizemos foi proteger a empresa, assumindo a transparência do mercado de capitais, sujeitando-nos ao escrutínio do mercado de capitais".
Para Isabel Vaz, "valeu a pena", até porque "a empresa teve várias ofertas públicas no mercado de capitais, porque estava escrutinada pelas entidades reguladoras, pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), pelo mercado, pelos investidores e foi isso que nos permitiu ser uma empresa que foi comprada por um óptimo accionista".
Em plena crise instalada no Grupo Espírito Santo, a empresa fez uma entrada no mercado de capitais "com muito sucesso".
"Isso valeu-nos a confiança de novos investidores, nomeadamente a maior seguradora portuguesa (Fidelidade), que, por seu lado, tem por trás o grupo Fosun e não podíamos, nesse aspecto, termos sido mais felizes", declarou.
A administradora referiu que o grupo chinês Fosun -- que adquiriu o grupo Espírito Santo Saúde por 500 milhões de euros -- está a investir em Portugal "de forma consistente e a longo prazo".
"Juntos, estamos a fazer face aos desafios, nomeadamente o grande enfoque que tem que haver na prevenção", afirmou.
Colapso do grupo Espírito Santo foi "total surpresa"
A administradora do grupo Luz Saúde diz ainda que recebeu a notícia do colapso do grupo Espírito Santo com "total surpresa".
"Para nós foi uma total surpresa. A Espírito Santo Saúde vivia no seu ecossistema de saúde, éramos uma empresa com muito sucesso, e continuamos a ser, e o que se passou foi uma surpresa", disse.
Em termos pessoais, Isabel Vaz afirma que recebeu esta notícia com "uma tristeza enorme".
"Foi um accionista a quem devemos tudo, que apostou em nós, como equipa", disse.
Segundo Isabel Vaz, o Grupo Espírito Santo investiu 150 milhões de euros na Espírito Santo Saúde.
Na altura, "quando percebemos que o Grupo Espírito Santo estava numa derrocada, o que fizemos foi proteger a empresa, assumindo a transparência do mercado de capitais, sujeitando-nos ao escrutínio do mercado de capitais".
Para Isabel Vaz, "valeu a pena", até porque "a empresa teve várias ofertas públicas no mercado de capitais, porque estava escrutinada pelas entidades reguladoras, pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), pelo mercado, pelos investidores e foi isso que nos permitiu ser uma empresa que foi comprada por um óptimo accionista".
Em plena crise instalada no Grupo Espírito Santo, a empresa fez uma entrada no mercado de capitais "com muito sucesso".
"Isso valeu-nos a confiança de novos investidores, nomeadamente a maior seguradora portuguesa (Fidelidade), que, por seu lado, tem por trás o grupo Fosun e não podíamos, nesse aspecto, termos sido mais felizes", declarou.
A administradora referiu que o grupo chinês Fosun -- que adquiriu o grupo Espírito Santo Saúde por 500 milhões de euros -- está a investir em Portugal "de forma consistente e a longo prazo".
"Juntos, estamos a fazer face aos desafios, nomeadamente o grande enfoque que tem que haver na prevenção", afirmou.