O grupo Bankia tem um valor negativo de 13,6 mil milhões de euros, segundo uma avaliação feita pelo HSBC, Credit Agricole e Rotschild ontem apresentada ao conselho da entidade e revelada, hoje, pelos jornais espanhóis.

O que significa que na conversão dos 4,4 mil milhões de acções preferenciais em acções do BFA se vai traduzir na nacionalização de 100% da casa-mãe (BFA) e indirectamente de 45% do Bankia. Ainda assim, esta avaliação não afecta directamente o banco que está cotado em bolsa. A consequência foi a demissão em bloco da administração do BFA.

As sete "cajas" que criaram BFA ficam sem qualquer património na entidade, o que as deixa, explica o "El Pais" sem dividendos futuros para servirem obras sociais. As entidades afectadas são a Caja Madrid, Bancaja, La Caja de Canarias, Caja de Ávila, Caixa Laietana, Caja Segovia e Caja Rioja. O Bancaja deverá ser transformado numa fundação, escreve o "Bankia".

A avaliação do BFA é anterior às injecções públicas, tanto os 4.465 milhões de euros iniciais como os 19 mil milhões adicionais que foram pedidos.

O processo de nacionalização previa a realização de uma avaliação, que agora aponta para um valor negativo superior a 13,6 mil milhões de euros.

A situação líquida da instituição também é negativa, em 4.489 milhões de euros, o que coloca o banco em falência técnica. O valor de 13,6 mil milhões negativos tem em conta os capitais próprios negativos, mas também as perdas pendentes.