Notícia
UniCredit já tinha "piscado o olho" ao Commerzbank antes de Governo alemão vender ações
A Alemanha já sabia que o banco italiano queria adquirir mais capital do Commerzbank antes de ter iniciado a venda. A revelação põe em causa a posição do Governo de Olaf Scholz, que dizia desconhecer o interesse do Unicredit, e pressiona ainda mais as relações entre Berlim e Roma.
O UniCredit já tinha estado em conversações com as autoridades alemãs sobre a aquisição de uma nova participação no Commerzbank, antes de Berlim ter começado a vender ações. Quer isto dizer que a Alemanha já sabia que o banco italiano tinha interesse em comprar as ações colocadas, posteriormente, à venda.
A revelação, avançada pela Bloomberg, vem pôr em causa a posição do Executivo de Olaf Scholz, que afirmou não ter conhecimento do interesse do UniCredit, descrevendo mesmo a negociação como "pouco amigável" e "hostil".
De acordo com fontes contactadas pela agência, o UniCredit "piscou o olho" ao Commerzbank entre o anúncio da venda por parte do Governo alemão, a 3 de setembro, e a efetiva execução da venda, a 10 de setembro.
O Ministério das Finanças alemão afirmou que o banco italiano, juntamente com outros investidores, manifestou interesse na venda a 4 de setembro, mas que depois disso não houve mais comunicação por parte da instituição financeira italiana sobre ofertas e outros planos relacionados com o Commerzbank, nem foram divulgadas as participações ou instrumentos financeiros existentes.
A aquisição considerada "inesperada" por Scholz veio aumentar a tensão política entre Roma e Berlim. A Alemanha sublinha que foi apanhada desprevenida e deixou duras críticas à negociação levada a cabo no início desta semana.
O Governo alemão afirmou que vai suspender a venda de mais ações do banco e o ministro das Finanças, Christian Lindner, justificou a decisão com a abordagem do UniCredit.