Notícia
Seguros ligados a fundos de investimento disparam. Portugal acima da média europeia
No total, estes produtos passaram a representar em média 31% da carteira total de ativos das seguradoras. Mas com a subida das taxas de juro diretoras na Zona Euro, os "unit linked" podem tornar-se menos atrativos.
O ano passado ficou marcado por uma viragem no negócio das seguradoras. A oferta de seguros ligados a fundos de investimento, aplicados em ações, obrigações, derivados e até outros fundos ("unit linked") disparou, em detrimento de produtos com garantia de taxa ou capital. No caso português, o país não só seguiu a tendência, como ficou acima da média europeia.
A década de juros baixos pressionou o negócio das seguradoras, ao afetar atratividade da oferta de novos produtos bem como a capacidade de remuneração do stock de produtos com garantias financeiras. Incialmente, as seguradoras optaram por produtos como menor rentabilidade, passando em 2019 a apostar em produtos "unit linked" (UL), ou seguros ligados, em detrimento de produtos mais tradicionais de aforro.
Durante o ano passado, estes produtos mais do que duplicaram em termos homólogos, segundo o relatório publicado esta quinta-feira pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
"Em 2021, a produção de seguro direto do ramo vida das empresas sob a supervisão prudencial da ASF registou um acréscimo de 74% face a 2020, tendo o aumento das entregas para os produtos UL sido de 146,9%", pode ler-se no documento.
"No universo das 16 empresas de seguros nacionais que se encontravam a operar no ramo vida em 2021, em metade dos casos a produção dos seguros ligados representava mais de 40% da respetiva produção total, e mais de 70% em quatro operadores [acima dos 39% da média europeia]", revela a ASF.
No total, a carteira de ativos de seguros ligados aumentou 20,6% no ano passado para 15,9 mil milhões de euros, passando a representar em média 31% da carteira total de ativos das seguradoras.
BCE subiu as taxas de juro. E agora?
O recurso do setor a "unit linked" decorreu no âmbito de um cenário de juros baixos, um panorama que terminou este ano, com a subida das taxas de juro diretoras na Zona Euro pela primeira vez em mais de dez anos.
Assim, os chamados seguros ligados já começaram a sentir esta diferença de contexto. No entanto, os especialistas consideram que ainda é preciso esperar para afirmar que a tendência do recurso a este tipo de produto vai inverter-se.
"Mais recentemente continua a evidenciar-me a manutenção do peso dos seguros ligados, ainda que com uma ligeira redução face a 2021", afirmou Hugo Borginho, diretor do departamento de análise de riscos e solvência da ASF, durante a conferência de apresentação deste relatório.
No entanto, ainda que reconheça que "os ligados continuam a desempenhar um papel na produção vida", o diretor de análise de risco alerta que "não é certo se esta tendência se vai manter ou se os investidores irão virar-se para os seguros capitalização". "Dependerá da evolução da conjuntura", remata.
A década de juros baixos pressionou o negócio das seguradoras, ao afetar atratividade da oferta de novos produtos bem como a capacidade de remuneração do stock de produtos com garantias financeiras. Incialmente, as seguradoras optaram por produtos como menor rentabilidade, passando em 2019 a apostar em produtos "unit linked" (UL), ou seguros ligados, em detrimento de produtos mais tradicionais de aforro.
"Em 2021, a produção de seguro direto do ramo vida das empresas sob a supervisão prudencial da ASF registou um acréscimo de 74% face a 2020, tendo o aumento das entregas para os produtos UL sido de 146,9%", pode ler-se no documento.
"No universo das 16 empresas de seguros nacionais que se encontravam a operar no ramo vida em 2021, em metade dos casos a produção dos seguros ligados representava mais de 40% da respetiva produção total, e mais de 70% em quatro operadores [acima dos 39% da média europeia]", revela a ASF.
No total, a carteira de ativos de seguros ligados aumentou 20,6% no ano passado para 15,9 mil milhões de euros, passando a representar em média 31% da carteira total de ativos das seguradoras.
BCE subiu as taxas de juro. E agora?
O recurso do setor a "unit linked" decorreu no âmbito de um cenário de juros baixos, um panorama que terminou este ano, com a subida das taxas de juro diretoras na Zona Euro pela primeira vez em mais de dez anos.
Assim, os chamados seguros ligados já começaram a sentir esta diferença de contexto. No entanto, os especialistas consideram que ainda é preciso esperar para afirmar que a tendência do recurso a este tipo de produto vai inverter-se.
"Mais recentemente continua a evidenciar-me a manutenção do peso dos seguros ligados, ainda que com uma ligeira redução face a 2021", afirmou Hugo Borginho, diretor do departamento de análise de riscos e solvência da ASF, durante a conferência de apresentação deste relatório.
No entanto, ainda que reconheça que "os ligados continuam a desempenhar um papel na produção vida", o diretor de análise de risco alerta que "não é certo se esta tendência se vai manter ou se os investidores irão virar-se para os seguros capitalização". "Dependerá da evolução da conjuntura", remata.