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Direção de Risco da CGD esteve cinco anos sem ser chamada a pronunciar-se sobre Berardo

José Rui Gomes confirmou um parecer de risco de 2012, citado pela deputada bloquista Mariana Mortágua, que indica que desde 2007 que a direção não era chamada a pronunciar-se sobre os créditos a Berardo.

16 de Maio de 2019 às 17:12
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José Rui Gomes, que deixou a liderança da Direção de Risco da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em fevereiro, afirma que a entidade que liderou esteve cinco anos sem ser chamada a emitir um parecer de risco sobre os créditos concedidos ao comendador Joe Berardo.

 

"Em 2012, há um parecer de risco que diz que a Direção de Risco não é chamada a pronunciar-se desde 2007" sobre os créditos concedidos a Joe Berardo, afirma a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, questionando José Rui Gomes se confirma esta informação. 

 

O ex-diretor da Caixa diz ter tido a oportunidade de rever os pareceres de risco deste cliente, confirmando o que foi dito pela deputada bloquista. "Não houve qualquer intervenção da Direção de Risco nesse período", responde aos deputados na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco público.

Questionado sobre se houve alguma explicação para esta decisão, o responsável diz "não ter sido dada qualquer explicação para isso isso", nem "procurada uma explicação".

 

A polémica em torno de Joe Berardo intensificou-se depois da audição do comendador na sexta-feira passada. Uma prestação do empresário madeirense que foi alvo de muitas críticas e que levou o Conselho de Ordens Nacionais a decidir reunir-se esta sexta-feira para decidir se levanta um processo de inquérito que visa retirar as condecorações a Joe Berardo na sequência das suas declarações durante a audição.

 

Já esta quinta-feira Luís Leite Ramos, presidente da mesa, disse, em declarações aos jornalistas, que a comissão vai enviar para o presidente da Assembleia da República cópia da audição de Joe Berardo, cujo comportamento "não é compatível com alguém que tem aquele título". 

 

Direção de Risco manteve "independência"

 

Questionado sobre o trabalho na CGD, o antigo responsável garante que sempre atuaram "de forma independente" relativamente à comissão executiva e ao departamento comercial, quando questionado pelo deputado do PSD Duarte Marques. 

 

"Sempre tentámos sugerir os melhores mitigantes para o risco" e dar "a nossa opinião sobre os riscos", diz, acrescentando que "a direção tentava explicar as condições que eram propostas" e que a decisão final cabia à administração do banco. "Não há ciências exatas", nota.

 

José Rui Gomes, que substituiu Vasco Orey em 2010, esteve no banco público durante quase 20 anos, dos quais oito ocupou o cargo de diretor de risco. Em fevereiro, mudou-se para o BNU Macau.

 

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