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Dinastia mais antiga que os Rothschild lidera banco britânico

No Reino Unido há o dinheiro antigo, o dinheiro realmente antigo e, depois, há o C. Hoare & Co.

Bryn Colton/Bloomberg
14 de Julho de 2019 às 09:30
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A instituição de Londres foi fundada em 1672 por Richard Hoare e cuidou dos negócios de Samuel Pepys, do poeta Lord Byron e da escritora Jane Austen. O C. Hoare é quase cem anos mais velho do que a famosa dinastia Rothschild, fundada na década de 1760. Depois de mais de três séculos de operação contínua, a família ainda está à frente das operações, com a gestão de cerca de 4,4 mil milhões de libras (cerca de 4,9 mil milhões de euros) em depósitos e uma forma tradicional de fazer negócios.

"Entra-se e conversa-se", disse Islay Robinson, presidente da Enness, uma corretora com dezenas de clientes ricos que têm empréstimos junto do banco. "Eles emprestam o seu próprio dinheiro e tendem a oferecer soluções que outros bancos não conseguem".

O último sócio da 10ª geração reformou-se no ano passado, deixando o banco nas mãos de seis sócios da 11ª geração que continuaram a trabalhar na evolução da instituição. Em março, foi aberta a primeira unidade fora de Londres: um escritório em Cambridge concebido para atender os clientes atuais, mas também para atrair empreendedores numa região conhecida pelos novos negócios da área da tecnologia e da biociência.

Juntar o antigo com o atual tornou-se vital para o C. Hoare, para o rival Coutts e para concorrentes de menor dimensão, como o Raphaels e o Weatherbys, que atendem clientes abastados. Os bancos independentes também estão a lutar para conciliar os seus serviços altamente personalizados com uma indústria onde as tendências predominantes são a consolidação e a crescente regulação.

"É uma tensão constante porque parte do que nos torna completamente diferentes dos bancos de compensação é que somos mais pequenos, mais humanos e com maior empatia para com os clientes", explicou o sócio Alexander Hoare, de 57 anos, durante uma entrevista numa sala de reuniões enfeitada com caricaturas. "Não queremos integrar-nos e não queremos crescer. Queremos ser especiais".

O C. Hoare é certamente diferente. A empresa é uma sociedade de responsabilidade ilimitada, ou seja, os ativos pessoais dos sócios são jogo limpo para os credores. Desde pelo menos 1994, o dividendo foi fixado em 50 libras por ação ou 6 mil libras no total. Isto para um negócio com 26 milhões de libras de lucros nos 12 meses até 31 de março de 2019.

A contenção deu origem a uma empresa valiosa. Os números mais recentes da sociedade mostram um valor contabilístico de cerca de 370 milhões de libras, colocando a família entre as mais ricas do Reino Unido. Mas os Hoare dizem que não têm interesse em vender o negócio.

"Se as pessoas estivessem aqui simplesmente pelo dinheiro, a empresa teria sido vendida há muito tempo", firmou Rennie Hoare, de 33 anos, que se tornou sócio no ano passado.

Um cliente típico precisa de cerca de 5 milhões de libras de ativos no Reino Unido para ter uma conta no C. Hoare. Outra barreira à entrada é a reunião com um sócio, que permite à família selecionar clientes com interesses semelhantes com quem possam construir relacionamentos.

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