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Ana Botín acredita que mulheres têm de beneficiar de discriminação positiva
A presidente do Santander admite, numa entrevista à Cadena Ser, que o Santander não tem o número suficiente de mulheres em cargos directivos. Ana Botín mostra-se a favor da discriminação positiva na escolha de mulheres.
Ana Botín tornou-se feminista. As mulheres precisam de espaço para poderem actuar num mundo dirigido aos homens. E no próprio banco espanhol, que lidera, isso não acontece.
"Mais de metade do quadro de pessoal são mulheres, mas apenas 20% está em cargos directivos. Algo não funciona", afirmou a banqueira em entrevista à Cadena Ser, publicada esta segunda-feira, 21 de Maio.
A presidente do banco espanhol, presente em Portugal através do Santander Totta, sublinha que está à procura de soluções. Mas elas não chegam de um dia para o outro. Admite que um dos passos que podem ser dados é a discriminação positiva na escolha para determinadas funções.
"Acredito muito na discriminação positiva e estamos a praticá-la no banco. Estamos a melhorar e temos como objectivo chegar a 2025 com 30% de mulheres nos postos directivos. No conselho de administração já temos o que é a melhor prática na Europa, com 35% de mulheres", respondeu, acrescentando, porém, que "há muito a fazer".
Na entrevista, Ana Botín admite que nos últimos anos se tornou feminista. "Se me tivesse feito essa questão há dez anos, ter-lhe-ia dito que não. Hoje respondo que sim. Dei-me conta de que existe discriminação, e que as mulheres precisam de ajuda, precisamos de ajuda, e, é certo, sobretudo dos homens, porque são eles que mandam".
Sobre outros temas, Ana Botín reiterou um pedido feito por toda a banca: as tecnológicas que prestam serviços financeiros ("fintech") devem estar sujeitas às mesmas regras que os bancos quando há coincidência dos serviços. Além disso, admitiu que os bancos passaram por problemas, mas sublinhou que espera que o Santander os ultrapasse. "O sector financeiro cometeu erros", disse. "O sector reformou-se".