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Moody's vê quebra menor nas vendas automóveis mundiais mas recuperação mais lenta

O Moody's estima uma quebra de 19,1% nas vendas de veículos este ano, menos acentuada do que a anterior previsão. Mas antecipa que a recuperação do setor seja lenta.

13 de Setembro de 2020 às 16:00
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O mais recente relatório do Moody's sobre o setor automóvel estima que as vendas mundiais de veículos caiam 19,1% este ano, para 73,02 milhões de unidades. É uma ligeira melhoria face à previsão avançada em maio, que apontava uma queda de 20,2%, para 72 milhões de veículos.

No relatório divulgado esta semana, o banco de investimento revê a perspectiva para o setor automóvel mundial de "negativa" para "estável". O Moody's considera que a procura mundial de automóveis já tocou o fundo e irá melhorar consideravelmente ao longo do próximo ano. 

A pandemia da covid-19, sublinha o documento, levou a uma quebra de 27% nas vendas no primeiro semestre. Mas, "antecipamos uma subida pronunciada em 2021".

Mas nem tudo "são rosas". O Moody's diz também que "a recuperação será demorada para os fabricantes automóveis". "Esperamos que os aumentos anuais abrandem até 2023 e que os níveis antes da tendência de quebra [iniciada em 2018/19], de cerca de 95 milhões de unidades, só sejam atingidos em meados da década", pode se ler no documento.

De acordo com o relatório, "uma recessão ao mesmo tempo que os fabricantes automóveis se encontram num processo custoso e complexo de reestruturação e modernização é mais um risco considerável para uma indústria já com margens diminutas".

"Uma quebra nas receitas é um fardo para empresas que estão a fazer avultados investimentos para reduzir emissões e transitar para modelos eletrificados, a consumar grandes alianças ou fusões e a tentar construir estruturas operacionais mais eficientes e rentáveis para solucionar o fraco desempenho anterior", prossegue o documento. Contudo, o Moody's considera que "a liquidez dos fabricantes automóveis é forte e deverá ser suficiente para suportar a pressão operacional".

Quebra pior do que na crise de 2009
O Moody's vê a atual quebra nas vendas como mais pronunciada do que a registada em 2009, na altura da crise financeira, e estima que a recuperação será mais lenta do que então.

"A queda devido ao coronavírus na indústria automóvel global é significativamente pior do que a de 2009. Antecipamos uma quebra de 19% este ano, para cerca de 73 milhões de veículos, antes de uma subida para os 80 milhões em 2021. Em comparação, entre 2007 e 2009, as vendas automóveis caíram uns muito menos severos 11% e, posteriormente, recuperaram para níveis recorde em 2010", detalha o relatório.

O Moody's indica ainda que antecipa que "a recuperação da pandemia e dos 'lockdowns' a ela associados será desigual, com a América do Norte e a Europa Ocidental a debaterem-se mais, enquanto a Coreia do Sul e a China terão recuperações mais rápidas".


EUA e Europa com quedas de 25% este ano
O relatório estima uma quebra de 24,8% nas vendas automóveis nos EUA, para 12,85 milhões de veículos. Na Europa Ocidental, as vendas deverão situar-se nos 12,2 milhões de viaturas, o que representaria um recuo de 25,1%.

Entre os mercados analisados, apenas a Índia deverá ter pior desempenho, com um decréscimo de 30%, para 2,47 milhões de automóveis vendidos este ano.

Em contrapartida, a China, o maior mercado mundial, deverá sofreu uma quebra de apenas 7%, fechando o ano com vendas na ordem dos 23,96 milhões de veículos. O Japão, por seu turno, com uma estimativa de 4,44 milhões de unidades, deverá ver as vendas encolherem 13,4%.

Mais surpreendente é a previsão para a Coreia do Sul. O Moody's antevê mesmo um aumento de 1,5% nas vendas deste ano, para 1,8 milhões de veículos.

Para o próximo ano, o Moody's traça um cenário em que as vendas mundiais crescem 9,3% para 79,78 milhões de unidades, o que é ligeiramente inferior à subida de 11,5%, para 80,28 milhões de veículos, estimada em maio.

O atual relatório prevê um crescimento de 10,9% nos EUA em 2021 e de 5,6% em 2022. Para a Europa Ocidental as subidas nas vendas são estimadas em 12,2% e 10,9% nos próximos dois anos.

No caso da China, a evolução prevista aponta para crescimentos de 5% e 4%, mas com o maior mercado mundial a superar em 2022 o número de veículos vendidos em 2019. 

O Japão deverá registar um incremento de 6,4% no próximo ano e de 4% no seguinte, enquanto para a Coreia do Sul, as estimativas são de uma quebra de 3% em 2021, seguindo-se uma subida de 1,5%.

O mercado indiano deverá registar os maiores crescimentos percentuais, 20% em 2021 e 13% em 2022, mas, tal como os EUA e Europa, continuará abaixo dos níveis de vendas de 2019 dentro de dois anos.
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