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Ministro da Saúde admite que não vai contratar todos os profissionais necessários

O ministro da Saúde reconheceu pela primeira vez que "continuam a faltar recursos" no Serviço Nacional de Saúde e que "não haverá condições orçamentais para recrutar todo o universo de profissionais que desejávamos" para assegurar a passagem às 35 horas semanais.

04 de Julho de 2018 às 13:10
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Adalberto Campos Fernandes, que falava esta quarta-feira, 4 de Julho, na comissão parlamentar de saúde, desvalorizou os problemas relatados por várias unidades hospitalares decorrentes da transição para o novo horário laboral, nomeadamente o encerramento de camas e trabalhadores a funcionar ainda com escalas de 40 horas.

 

Apesar dos vários grupos parlamentares terem solicitado, e até mais do que uma vez, informação discriminada por grupo profissional e o hospital de destino das futuras contratações, o ministro recusou sempre dar essa informação.

 

O governante foi confrontado com vários casos em que o número de reforços autorizados é bastante inferior às necessidades dos hospitais, mas optou sempre por relembrar que desde o início do ano já foram contratados 1.600 profissionais e que este mês vão entrar mais dois mil e que em Setembro será feita uma nova avaliação das necessidades.

 

Insatisfeitos com as respostas, os deputados insistiram na ideia de que estes dois mil trabalhadores só vão cobrir um terço das necessidades e perguntaram se em Setembro vão ser contratados quatro mil novos profissionais. E foi aqui que o ministro acabou por admitir que não haverá condições para contratar todos os necessários.

 

Ao contrário do que foi transmitido ao presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, e noticiado na sexta-feira pelo Negócios, Adalberto Campos Fernandes garantiu que os dois mil profissionais que vão começar a ser contratados durante este mês vão ter contratos sem termo pois "vão satisfazer necessidades permanentes dos serviços".

 

O ministro recusou também adiantar qualquer número sobre o impacto orçamental com a passagem para as 35 horas afirmando que neste momento existem apenas "estimativas provisórias".

 

Outra das questões que ficou por responder pelo ministro teve a ver com o aumento das dívidas em atraso dos hospitais. A ausência de respostas levou até o deputado do PSD, Ricardo Baptista Leite a anunciar que iria convocar os responsáveis da estrutura de missão criada em Março para acompanhar a situação financeira do SNS. Uma decisão que Adalberto Campos Fernandes saudou.

 

Depois de uma ronda em que Adalberto Campos Fernandes não respondeu a uma única pergunta colocada pelo deputado do PSD, Ricardo Baptista Leite pôs em causa "o sentido democrático do Sr ministro".

 

O momento de maior tensão ocorreu depois do deputado social-democrata ter afirmado que o governo deu ao Jornal de Noticias o relatório do grupo de trabalho criado para estudar a transferência do Infarmed para o Porto, antes de dar entrada no Parlamento.

 

O ministro, conhecido por manter sempre uma postura serena, acusou o deputado de uma "mentira torpe" e aconselhou-o a tomar "um relaxante muscular".

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