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Sérgio Moro demite-se da Justiça no Brasil

O ministro brasileiro da Justiça, Sérgio Moro, pediu a demissão do cargo.

Negócios jng@negocios.pt 24 de Abril de 2020 às 16:06

Sérgio Moro (na foto) pediu a demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil após sucessivos embates com o presidente Jair Bolsonaro, refere a Valor Económico.

 

O ex-juiz da Lava-Jato decidiu pedir a demissão após a exoneração do delegado Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF).

 

Moro explicou, em conferência de impresa (que lamentou ter de realizar, dado o ajuntamento de jornalistas em plena pandemia de covid-19), que Bolsonaro começou por pedir a troca do diretor-geral da PF a partir do segundo semestre de 2019, mas que considerou que essa troca "seria uma violação da promessa de carta branca".

 

Segundo Moro, citado pela Valor Económico, o presidente brasileiro pretendia também substituir superintendentes regionais da PF e as trocas seriam feitas "sem que me fossem apresentadas razões aceitáveis".

 

"O problema não é quem colocar, mas porquê trocar; e permitir a interferência política", afirmou o ex-juiz da Lava-Jato.

 

Moro foi entretanto surpreendido com a publicação, esta sexta-feira, da demissão de Maurício Valeixo no Diário Oficial da União (DOU). Vários interlocutores do ministro, citados pela mesma publicação, dizem que Moro não deu luz verde a essa decisão e que a exoneração não foi "a pedido", como consta no texto, pelo que a sua assinatura no documento foi uma mera formalidade.

 

Quando ontem Jair Bolsonaro avisou Moro que pretendia trocar o comando da Polícia Federal, o ministro disse que, nesse caso, só ficaria no governo se pudesse indicar o novo nome para comandar a PF. Mas o presidente do país tem já em mente algumas opções que não agradaram a Moro, que defendia a autonomia da PF sem interferência política, pelo que pediu a sua demissão, refere a Valor Investe.

 

Salta assim mais um ministro do governo de Bolsonaro.

 

No passado dia 16 de abril, Bolsonaro demitiu o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que discordou várias vezes publicamente da estratégia do chefe de Estado para combater a pandemia da covid-19.

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