Apesar do crescimento eleitoral, o PSD-Madeira ficou aquém da maioria absoluta nas eleições da região autónoma, obtendo 23 deputados, a apenas um mandato dos 24 necessários para obter a maioria no parlamento madeirense, com 47 assentos, de acordo com os resultados oficiais.

Uma sondagem à boca das urnas da Universidade Católica apontava para a possibilidade de o partido liderado por Miguel Albuquerque chegar à maioria absoluta, elegendo um máximo de 24 deputados. O PSD, de acordo com os números finais, conseguiu 43,43% dos votos, alcançando mais quatro mandatos face às eleições anteriores.

O JPP confirmou a segunda posição, ultrapassando o PS, com a eleição de 11 deputados, conseguindo 21,05% dos votos. Os socialistas conseguiram oito mandatos, correspondentes a 15,64%. O Chega conseguiu eleger três deputados (5,47%), enquanto o CDS-PP e a Iniciativa liberal obtiveram um mandato (3,0% e 2,17%), respetivamente. PAN (1,62%), CDU (1,78%) e Bloco de Esquerda (1,11%) ficam fora do Parlamento regional.

As eleições ocorreram depois da aprovação de uma moção de censura ao governo de Miguel Albuquerque, o que mereceu críticas do líder nacional do PSD. "Os partidos da oposição colocaram os seus interesses à frente dos interesses das pessoas", disse Luís Montenegro em reação ao ato eleitoral. "Foi uma derrota concertada do PS e do Chega."

Miguel Albuquerque, constituído arguido num processo por alegada corrupção, disse que o resultado foi uma "derrota da maledicência" e que "ficou claro o que os madeirenses querem". O presidente do PSD-Madeira remeteu para mais tarde as negociações para a formação de uma maioria parlamentar, assinalando que o partido ficou a "300 votos da maioria absoluta". "Toda a gente sabe quais são os nossos parceiros preferenciais". O PSD deverá chegar a um acordo com o CDS-PP, liderado por José Manuel Rodrigues.

Já o líder nacional do PS reconheceu a derrota dos socialistas nas eleições regionais, mas recusou retirar qualquer ilação para as legislativas antecipadas por considerar que não se pode fazer uma relação com a política nacional. "É uma derrota do PS da Madeira. Não há como ignorar. Lamento apenas que tenha ganhado o PSD-Madeira e Miguel Albuquerque em particular", respondeu Pedro Nuno Santos aos jornalistas na sede nacional do PS.

O líder do PS regional, Paulo Cafôfo, disse encarar a derrota com "cabeça erguida", mas comprometeu-se a manter-se em funções até às próximas eleições autárquicas, em outubro.