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Jerónimo de Sousa valoriza avanços, mas avisa que PCP não se pode deixar anestesiar

O secretário-geral do PCP valorizou hoje os avanços no Orçamento do Estado para 2018, mas insistiu que é preciso ir mais longe porque os comunistas não se podem iludir ou deixar anestesiar porque permanecem problemas de fundo.

Miguel Baltazar/Negócios
01 de Setembro de 2017 às 19:57
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"Novos avanços, como o do mínimo de existência, reiteradamente colocado pelo PCP, que o Governo veio agora admitir no sentido de repor a protecção fiscal dos salários e pensões de mais baixo valor. É um passo, inseparável da persistência do PCP, que defendemos e insistimos que vá mais longe", disse Jerónimo de Sousa no discurso de abertura da Festa do Avante!, a rentrée política do PCP.

 

O líder comunista foi peremptório ao afirmar que o partido valoriza "esses avanços" nas propostas do Orçamento do Estado para 2018, mas deixou o aviso: "não nos podemos iludir ou deixar anestesiar, tendo em conta problemas de fundo que permanecem e não foram superados".

O PCP, avisou Jerónimo de Sousa, "lá estará a dar alento à luta, lá estará no plano legislativo e no quadro do exame à proposta do Orçamento de Estado, com as suas iniciativas e propostas, para concretizar muito do que falta e está inscrito no actual orçamento".

 

"Muito do que falta na reposição de salários, rendimentos e direitos e mais justiça fiscal, e para eliminar o que subsiste de cortes e congelamentos feitos pelo Governo anterior, afirmando a necessidade de outra política, a política patriótica e de esquerda que o PCP propõe e pela qual se bate", concretizou.

 

Avisando que nos meses de construção da Festa, o partido "não fechou para obras", o secretário-geral do PCP retomou, neste discurso de regresso político, a necessidade de a PT voltar ao "controlo público", o que "seria um ato patriótico e de defesa do interesse nacional", dando nota do projecto de lei que o PCP deu hoje entrada na Assembleia da República para travar "operações fraudulentas" com vista ao despedimento de trabalhadores pela via da sua transferência para outras empresas.

 

"Ao arrepio deste tempo em que há reposição, defesa e conquista de salários e direitos, o capital, numa ação concertada de várias empresas, tendo como guarda avançada as multinacionais, tenta fazer o assalto aos horários de trabalho e eliminar o avanço civilizacional do sábado como dia de descanso", condenou o líder comunista, numa crítica implícita à Autoeuropa, sem nunca referir o nome da empresa.

 

Na opinião do líder comunista, "é possível encontrar soluções que respeitem os direitos dos trabalhadores e assegurem o desenvolvimento da produção", prometendo que "os trabalhadores contarão sempre com o PCP na linha da frente dos combates que é preciso travar".

 

"A contribuir para a sua unidade na acção, para dinamizar e alargar a sua luta, não para pegar num momento e largar mais adiante conforme o sentido do vento mediático", declarou.

 

Insistindo na necessidade de Portugal se libertar "do garrote que é imposto pelos constrangimentos da União Europeia e do Euro", o secretário-geral do PCP antecipou que a Festa do Avante!, que decorre até domingo, "constituirá um momento importante para dar força e confiança" nas próximas eleições autárquicas.

 

"Nesta fase da vida política nacional, o PCP e a CDU com a sua intervenção, a sua proposta, a sua iniciativa, deram uma contribuição insubstituível nos avanços alcançados com a vida a demonstrar que, ao contrário dos anúncios, por parte do PSD e CDS, das desgraças e dos diabos que aí vinham, foi a valorização dos salários e rendimentos, das reformas, dos abonos de família, da gratuitidade dos manuais escolares para o 1º ciclo já para Setembro", recordou.

 

A fixação no défice das contas públicas não pode ser transformada, na opinião de Jerónimo de Sousa, "no alfa e no ómega da política económica e financeira nacional".

 

"É criando mais riqueza, mais produção nacional, com mais, melhor aparelho produtivo e mais desenvolvido, que o país encontrará a saída para a solução dos seus principais problemas e atraso", concluiu.

 

 

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