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Trump ofereceu perdão a Assange em troca de e-mails russos

O presidente dos EUA terá oferecido um perdão a Julian Assange, fundador do Wikileaks, se este afirmasse que a Rússia não esteve envolvida na divulgação de e-mails durante a campanha presidencial norte-americana, em 2016, alega a defesa de Assange. A Casa Branca nega alegações "totalmente falsas".

Reuters
19 de Fevereiro de 2020 às 21:17
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O presidente dos EUA, Donald Trump, terá oferecido um perdão a Julian Assange, fundador do Wikileaks, se este afirmasse que a Rússia não esteve envolvida na divulgação de e-mails durante a campanha presidencial norte-americana, em 2016, vai afirmar em tribunal uma testemunha, noticia a BBC.

Segundo o advogado de Assange, Edward Fitzgerald, a testemunha, que irá depor numa audiência do julgamento de extradição de Assange na próxima semana, foi considerada admissível pela juíza do processo, Vanessa Baraister.

A Casa Branca já reagiu, classificando a alegação de "uma completa invenção e uma mentira total".

Assange enfrenta um processo de extradição para os Estados Unidos, sendo acusado de 18 crimes de divulgação de correspondência diplomática. Caso seja condenado, a pena poderá atingir os 175 anos de prisão.

O advogado do fundador do Wikileaks indicou ao tribunal que existem provas alegando que o antigo congressista republicano Dana Rohrabacher terá feito a proposta de perdão a Assange. Rohrabacher visitou a embaixada do Equador em Londres em Agosto de 2017, onde Assange se encontrava refugiado.

Edward Fitzfgerald indica que um depoimento de Jennifer Robinson, da equipa de defesa de Assange, demonstra que "Rohrabacher visitou Assange e, seguindo instruções do presidente, ofereceu um perdão se ele afirmasse que a Rússia não tinha nada a ver com a divulgação de e-mail do Comité Nacional Democrata (DNC)".

A porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, respondeu a estas alegações afirmando: "o presidente mal conhece Dana Rohrabacher, sabendo apenas que é um ex-congressista. Nunca falou com ele sobre este assunto ou sobre praticamente qualquer assunto".

"É uma completa invenção e uma mentira total", reforçou.

Em causa está uma série de e-mails comprometedores do DNC e da campanha presidencial de Hillary Clinton que foram roubados por piratas informáticos antes de serem divulgados pelo Wikileaks em 2016 e que poderão ter influenciado a derrota de Hillary face a Trump. O Departamento de Justiça dos EUA acusou posteriormente 12 elementos dos serviços secretos russos de estarem por trás do ataque informático.

Em 2012, Assange refugiou-se na embaixada equatoriana em Londres para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de crimes sexuais, que sempre negou, tendo estas acusações sido arquivadas.

Em abril de 2019 Assange foi detido pela polícia britânica no interior da embaixada após o Equador retirar o asilo político.

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