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Médio Oriente: Negociações para cessar-fogo sem acordo. Irão não receia escalada militar

Mantém-se o impasse no Médio Oriente sem um cessar-fogo à vista. Escalada militar continua na região e Irão alerta que não receia elevar (ainda mais) a tensão com Israel, prometendo uma resposta "bem calculada" à morte do líder do Hamas em Teerão no mês passado.

Hatem Khaled/Reuters
26 de Agosto de 2024 às 12:43
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As negociações para um cessar-fogo em Gaza, que decorreram no Cairo, chegaram ao fim sem acordo, depois de o Hamas e de Israel terem rejeitado as soluções de compromisso propostas pelos mediadores, incluindo os Estados Unidos, numa altura em que o Irão diz não recear uma escalada militar com Israel.

A notícia do impasse chegou no domingo, horas depois de Israel e de o Hezbollah terem protagonizado a mais intensa troca de fogo desde que o conflito no Médio Oriente estalou, há dez meses. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu que os raides aéreos de resposta ao que o grupo xiita libanês descreveu como a primeira fase de retaliação pela morte de Fuad Shukr, considerado até então o seu "número 2", lançados sobre  sul do Líbano, "não serão o fim da história".

O Hezbollah afirmou que suspenderia os ataques ao longo da fronteira se alcançado um cessar-fogo em Gaza. O grupo diz agir em apoio ao grupo palestiano. Ambos são apoiados pelo Irão e consideradas organizações terroristas por Israel e outros países, como o Reino Unido.

Entre os pontos-chave das conversações para o efeito, que duram há meses de forma intermitente, mediadas pelos Estados Unidos, Egito e Qatar, figura a presença de forças de Israel no chamado "Corredor Philadelphi", uma faixa estreita de terra, com uma extensão de 14,5 quilómetros, ao longo da fronteira sul de Gaza com o Egito. Os mediadores puseram em cima da mesa uma série de alternativas, mas nenhuma foi aceite pelas partes, segundo indicaram fontes egípcias à agência Reuters.

Segundo a Al Jazeera, a delegação do Hamas exigiu que Israel seguisse o que tinha sido acordado a 2 de julho, em linha com um plano delineado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, e uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. O grupo tinha-se comprometido a implementá-lo em nome dos interesses do povo palestiniano e para parar a destruição na Faixa de Gaza, mas tinha deixado claro a necessidade de esse acordo incluir um cessar-fogo permanente e uma retirada completa de Israel de Gaza.

Desde o início do conflito, a 7 de outubro de 2023, pelo menos 40.435 pessoas morreram e outras 93.534 ficaram feridas em Gaza, depois de 1.139 terem sido mortas em Israel na sequência dos ataques lançados pelo Hamas.

Entretanto, o Irão fez saber que não teme elevar a escalada militar com Israel. "Não receamos uma escalada, embora não estejamos à procura dela - ao contrário de Israel". O aviso foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araqchi, que garantiu, numa conversa telefónica com o seu homólogo italiano, Antonio Tajani, que a resposta à morte do líder do Hamas em Teerão será "definida e bem calculada", segundo um comunicado citado pelo The Guardian.

Teerão culpa Israel pelo assassínio de Ismail Haniyeh, a 31 de julho, descrito pelo chefe da diplomacia iraniana como "uma imperdoável violação da segurança e soberania iraniana". Embora Israel tenha oficialmente declinado comentar a sua morte, o ataque foi amplamente atribuido a uma operação por parte das suas forças militares.

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