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Governo do Egipto apresenta demissão ao presidente interino
O governo egípcio instalado pelas forças armadas anunciou hoje ter apresentado a demissão ao presidente interino Adly Mansour, a algumas semanas da realização das eleições presidenciais.
"O governo decidiu em face das circunstâncias actuais do país (...) apresentar a sua demissão ao presidente da República Adly Mansour", indica um comunicado oficial divulgado após uma "reunião de emergência" do governo.
As eleições presidenciais deverão ocorrer até meados de Abril e o chefe das forças armadas, o marechal Abdel Fattah al-Sissi, que ocupa os cargos de ministro da Defesa e vice-primeiro-ministro do governo de Beblawi, não escondeu a sua intenção de ser candidato à presidência.
Para se poder candidatar, Al-Sissi deve demitir-se do governo e reformar-se do exército.
Antes da divulgação do comunicado, o primeiro-ministro, Hazem el-Beblawi, nomeado após a destituição do presidente islamita Mohamed Morsi pelos militares no início de Julho do ano passado, anunciou a demissão numa conferência de imprensa transmitida pela televisão estatal.
"O governo assumiu durante os últimos seis ou sete meses a sua responsabilidade e o seu dever", sublinhou Beblawi, adiantando que o executivo "não poupou esforços para que o Egipto saísse da má fase em que se encontrava".
O primeiro-ministro demissionário elogiou, na mesma altura, a acção da polícia e do exército, que reprime desde o início de Julho os partidários de Morsi.
"Não é o momento para os interesses pessoais, a nação tem que estar acima de tudo", afirmou Beblawi, congratulando-se pela realização em meados de Janeiro do referendo constitucional, que aprovou a Lei Fundamental, considerada a primeira etapa da "transição democrática" prometida pelas forças armadas no início de Julho.