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Ex-director da campanha de Trump declara-se culpado por conspirar contra os EUA
Após uma reunião de quatro horas com o procurador-especial Robert Mueller, o ex-director da campanha de Donald Trump declarou-se culpado. Paul Manafort comprometeu-se ainda a colaborar com as autoridades, abrindo a porta a um possível perdão presidencial.
O ex-director da campanha de Donald Trump declarou-se culpado de crimes relacionados com a sua ligação à Rússua. Como parte do acordo com as autoridades, Paul Manafort disse que vai colaborar com os procuradores na investigação às alegadas interferências russas nas eleições presidenciais de 2016.
Após um ano sob pressão, o ex-responsável pela campanha que elegeu o actual presidente dos EUA chegou a um acordo com o procurador-especial Robert Mueller depois de quatro horas de reunião. Manafort era acusado também de esconder milhões de dólares ao fisco dos EUA, que obteve pelos serviços de assessoria a políticos apoiados pela Federação Russa na Ucrânia.
Como parte da declaração de culpa, o responsável concordou ainda colaborar com os procuradores e testemunhar, caso seja necessário. Questionado pelo juiz se percebia que este acordo com o governo exigia que colaborasse "totalmente" com as autoridades, Manafort respondeu que "sim".
Manafort abdicou também das suas propriedades e outros activos, como carros luxuosos. Além disso, o ex-director de campanha perdeu o direito a recorrer da sua sentença proferida no mês passado, na Virgínia (EUA), por fraude fiscal e bancária. Em troca, vai evitar pagar uma factura na ordem de centenas de milhares de dólares e a possibilidade de mais acusações do tribunal.
"É um bom dia para Manafort", afirmou o seu advogado Kevin Downing, depois de sair do tribunal. "Ele aceitou a responsabilidade", acrescentou.
O foco vira-se agora para a possibilidade de um perdão presidencial, dependendo da informação que o ex-director de campanha de Trump fornece aos procuradores.
Manafort foi condenado por oito crimes
Foi no mês passado que Paul Manafort foi condenado por oito crimes, estando acusado de 18 crimes fiscais e bancários. Os membros do juri do seu julgamento não chegaram a consenso em 10 crimes, pelo que o responsável não foi condenado nestes casos.
O antigo director de campanha de Donald Trump, Paul Manafort, entregou-se, no final de Outubro do ano passado, às autoridades, na sequência da investigação sobre o alegado conluio entre a campanha do candidato republicano e personalidades russas tendo em vista a manipulação do resultado das eleições que decorreram em Novembro de 2016.
Manafort foi chefe da campanha de Trump durante pouco mais de dois meses, tendo renunciado ao cargo em Agosto de 2016, devido às suspeitas de que poderia ter recebido milhões de dólares de pagamentos ilícitos de um partido político pró-russo da Ucrânia.