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Bernie Sanders angaria quatro milhões de dólares horas após anunciar candidatura

O senador do Vermont anunciou ontem que vai candidatar-se às presidenciais de 2020. Dez horas depois, Bernie Sanders já contava com mais de quatro milhões de dólares em donativos.

Reuters
20 de Fevereiro de 2019 às 10:38
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O democrata Bernie Sanders vai ser candidato às presidenciais do próximo ano. O anúncio foi feito esta terça-feira, 19 de fevereiro, pelo senador independente eleito pelo Vermont e foi recebida com entusiasmo pelos seus apoiantes. No primeiro dia de donativos, Sanders angariou mais de quatro milhões de dólares através de 150 mil doadores. 

De acordo com a CNN, chegaram doações de todos os 50 estados norte-americanos. No total, Sanders tem em carteira cerca de 2,1 milhões de potenciais doadores online. 

O senador independente ainda tem muitas batalhas pela frente - as primárias do Partido Democrata e, se for escolhido, as presidenciais em outubro de 2020 -, mas o primeiro dia de campanha já lhe deu um recorde: é o candidato democratas às eleições presidenciais que mais donativos conseguiu recolher no primeiro dia da sua campanha. O anterior recorde era de Kamala Harris, a senadora da Califórnia que tinha angariado 1,5 milhões de dólares de 38 mil doadores.

Durante o dia de ontem, Bernie Sanders pediu aos seus apoiantes para "contribuírem o mais possível até à meia noite". No seu website, o apelo é feito: "Nenhum candidato, nem mesmo o melhor candidato que possa imaginar, é capaz de lutar contra a classe de multimilionários sozinho". A meta de Sanders é juntar um milhão de apoiantes à volta da sua campanha. 

O candidato tem no currículo as eleições primárias dos democratas em 2016, que perdeu para Hillary Clinton, em que arrecadou 13 milhões de votos e quase 230 milhões de dólares junto de pequenos doadores. Na segunda tentativa para chegar à Casa Branca, Sanders garante que "agora é o momento para completar a revolução [política iniciada em 2016] e implementar a visão pela qual se lutou".

A agenda política de Bernie Sanders em 2016 passava pela universalização do sistema público de saúde, o aumento do salário mínimo federal para 15 dólares por hora, a gratuitidade do ensino superior e o aumento dos impostos para os mais ricos. O democrata referiu ontem que estas ideias eram consideradas "radicais" há três anos, mas considera que agora são "apoiadas pela maioria dos norte-americanos". 

E não deixou passar em branco a atuação do atual presidente. "Acho que o atual inquilino da Casa Branca é um embaraço para o nosso país", disse Sanders numa entrevista à rádio pública de Vermont, citado pela Bloomberg. "Eu também acho que ele é racista, sexista, homofóbico, xenófobo, alguém que tem ganhado pontos na política barata ao tentar pegar em minorias, muitas vezes em imigrantes sem documentos", afirmou o agora candidato à presidência norte-americana. 

Contudo, para combater Donald Trump, caso este seja o candidato republicano, Bernie Sanders terá de derrotar uma série de candidatos democratas que já estão na corrida. É o caso de Elizabeth Warren, a senadora democrata eleita pelo estado do Massachusetts que se tem dedicado especialmente à legislação financeira, sendo um incómodo para o "status quo" de Wall Street. A esta junta-se Tulsi Gabbard, sendo que as duas são das aliadas democratas mais próximas de Sanders. A lista de candidatos democratas continua a expandir-se e a disputa será entre progressistas e centristas.

Caos seja eleito, Bernie Sanders terá 79 anos no momento da inauguração, tornando-se o presidente mais velho da história dos Estados Unidos.
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