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Roberta Medina : Brasil vive "grande período de escuridão"

A vice-presidente do festival Rock in Rio Lisboa, Roberta Medina, afirmou hoje que o Brasil está a passar por "um grande período claramente de escuridão", mas sublinhou que as pessoas são mais relevantes do que a discussão política.

29 de Maio de 2016 às 11:01
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Em entrevista à agência Lusa, num balanço da sétima edição do Rock in Rio Lisboa, que termina hoje, no Parque da Bela Vista, Roberta Medina disse que acompanha o que se passa no Brasil, onde o pai, o empresário Roberto Medina, fundou o festival há 31 anos, em 1985.

O Brasil vive "um grande período claramente de escuridão, onde o desemprego está elevadíssimo, a violência está elevando - que é uma coisa consequência da outra -, a desigualdade social agrava muito a qualidade de vida do país", disse.

Essa metáfora da "escuridão" remete para o musical que tem contado a história do Rock in Rio, na abertura do palco Mundo, no Parque da Bela Vista, no qual uma personagem diz que "ninguém aguenta tanta escuridão", numa referência a 1985, quando terminou a ditadura militar no Brasil.

Três décadas depois, Roberta Medina diz que o Brasil está numa fase de "meio do caminho".

"Vamos ver o que vai acontecer com este Governo interino, com o julgamento da Presidente [Dilma Rousseff]. Espero que, neste meio do caminho, o Governo possa dar sinais positivos para a economia, para o mercado reagir bem. O importante é termos consciência que as pessoas estão a passar necessidades, que estão sem emprego e é esse o foco".

Roberta Medina, que vive em Portugal há mais de uma década, resumiu: "A discussão política é absolutamente irrelevante, relevantes são as pessoas".

Lisboa acolheu o festival Rock in Rio pela primeira vez em 2004 e, desde então, tem acontecido a cada dois anos.

Edição de 2018 pode ser em Junho

A edição do Rock in Rio Lisboa de 2018 poderá avançar no calendário, até ao início de Junho, com concertos mais cedo e um desejo: o músico norte-americano Bruno Mars, disse à Lusa Roberta Medina.

"Estamos a avaliar um possível ajuste de datas para chegar mais para o final de maio. O período de Maio está a ficar de alta temporada. Talvez já justifique para a cidade [de Lisboa] que [o festival] entre para o final de maio, talvez início de Junho", disse, em entrevista à agência Lusa, a vice-presidente do Rock in Rio.


Sublinhando que esta possibilidade será alvo de "conversas" com a Câmara Municipal de Lisboa, Roberta Medina adiantou que outra das hipóteses é agendar o início dos concertos para mais cedo, já que o último concerto de cada dia nunca começa antes das 23:45.

"A cultura de Lisboa é uma noite muito tarde [os concertos começam muito tarde]. Se olharmos para o norte da Europa, os concertos são todos muito mais cedo. Tem vantagens para as pessoas poderem curtir até mais tarde. Vemos pessoas a ir embora ou porque vieram com crianças e querem sair mais cedo, ou porque trabalham no dia seguinte. Acho que, se começar tudo mais cedo, pode ser positivo, justificou, revelando também que é pretensão da organização do festival "expandir o espaço físico" do recinto, com "novas actividades".

Questionada sobre que artista gostaria de trazer ao Rock in Rio Lisboa em 2018, Medina foi peremptória: Bruno Mars. "É um artista que tivemos em Las Vegas e com um 'show' absolutamente envolvente. Seria uma alegria tê-lo em Lisboa e no Brasil", afirmou.

Sobre a cantora britânica Adele, que este ano actuou em Lisboa nos dois dias seguintes aos primeiros dias do Rock in Rio Lisboa, tudo "depende do espectáculo que tiver para apresentar": "Ela vai tocar em Glastonbury, este ano, por isso quem sabe se vai estar mais disponível. Aquele é um 'show' de arena. Quem sabe se, no futuro, desenha um 'show' para festivais".

Em relação à edição deste ano, Roberta Medina faz um balanço positivo. Afirma estar "super satisfeita" com o resultado do evento.

"Milhares de pessoas vieram à Bela Vista, saíram daqui contentes com boas histórias para contar. Grandes concertos e todos os palcos lotados. E a electrónica cheia até tarde, como nunca esteve. O astral de festa que queríamos trazer para a parte da tarde na cidade do rock funcionou", congratulou-se.

Questionada se o problema técnico registado no concerto de Korn, na sexta-feira, foi o aspecto mais negativo desta edição, Roberta Medina concordou: "Sem dúvida nenhuma".

A vice-presidente do Rock in Rio afirmou que se tratou de uma "falha" no equipamento da banda. Quanto às cerca de 200 reclamações apresentadas, Medina garante que estas terão "a máximo atenção" e "serão respondidas" nos próximos dias.

"Lamento pelos fãs dos Korn, que ficaram muito frustrados, assim como nós ficámos. Até porque a banda não vinha a Portugal há oito anos", afirmou.

O Rock in Rio Lisboa termina hoje, no Parque da Bela Vista, com actuações do DJ sueco Avicii e da cantora brasileira Ivete Sangalo, no lugar da norte-americana Ariana Grande, que cancelou a actuação "por motivos de doença".

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