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Morsi rejeita ultimato do exército egípcio

O presidente do Egipto diz não ter sido consultado pelas Forças Armadas e que vai continuar com o seu próprio plano de reconciliação nacional. Esta terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros pediu a demissão, sendo o sexto membro a abandonar o Governo de Morsi.

02 de Julho de 2013 às 14:13
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Mohamed Morsi rejeitou na madrugada desta terça-feira o ultimato das Forças Armadas que instava o presidente a partilhar o poder com a oposição e a responder às reivindicações populares.  

 

O líder islamita reagiu ao ultimato nove horas depois, afirmando que a posição dos militares pode “causar confusão no complexo contexto internacional”, cita a Reuters. Morsi alega também não ter sido consultado pelos militares e que vai continuar com os seus próprios planos de reconciliação nacional.

 

A rejeição do conselho do exército deixa Morsi cada vez mais isolado. A oposição rejeita o diálogo e já cinco membros do Governo (que não pertencem à Irmandade Muçulmana) apresentaram a sua demissão. Esta manha, a agência noticiosa estatal Mena informava que também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohamed Kamel Amr, apresentou o pedido de demissão, sendo o sexto ministro a resignar ao cargo.

 

Esta segunda-feira, através de um comunicado emitido na televisão pública, o general Abdel Fattah al-Sisi, chefe das Forças armadas e ministro da Defesa, dirigiu um ultimato ao presidente islamita: “Se as exigências do povo não forem atendidas dentro do período definido, caberá às Forças Armadas anunciar um “plano para o futuro”.

 

Sisi deu 48 horas a Morsi para resolver a situação e considerou as manifestações do último domingo uma expressão “de clareza sem precedentes” da vontade do povo egípcio. Milhares de egípcios encheram as ruas do Cairo, pedindo a demissão de Morsi e novas eleições.  

 

O chefe das Forças Armadas acrescentou ainda que a implementação do plano, que será feita com a supervisão do exército, contará com a “participação de todas as facções e partidos políticos, incluindo a dos jovens”. Porém, o exército não se envolverá no Governo ou na política.

 

Segundo a Reuters, o número de pessoas que saiu à rua para pedir a demissão de Mohamed Morsi só é comparável aos protestos da Primavera Árabe. Durante as manifestações deste domingo 18 pessoas morreram e 731 ficaram feridas, de acordo com os números avançados pelo ministro da Saúde egípcio.

 

Esta segunda-feira, a recém-formada plataforma Tamarod (Rebelião), que junta a maioria dos grupos laicos e de esquerda e que convocou a manifestação de domingo, dirigiu também um ultimato a Morsi. A Tamarod deu até esta terça-feira para o presidente apresentar a sua demissão. Caso Morsi não se demita, a plataforma prometeu lançar uma campanha de desobediência civil.

 

A Tamarod diz ter já mais de 22 milhões de assinaturas numa petição que pede a demissão de Morsi.

 

O presidente dos Estados Unidos, aliado do Egipto, aconselhou já Mohamed Morsi a responder aos manifestantes, considerando que a única via para resolver o conflito é o diálogo.

 

A Casa Branca informou esta terça-feira que Barack Obama estava empenhado no processo democrático do Egipto, mas que não iria tomar partido de nenhum dos lados, refere o FT.

 

O ultimato militar está a ter um impacto positivo na bolsa do Cairo. O EGX 30, o principal índice da bolsa egípcia, aprecia 4,39% para 4.984,75 pontos. Esta segunda feira a bolsa esteve fechada por motivo de feriado nacional.   

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