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Estados Unidos avançam com financiamento de 1,2 mil milhões a Angola

Financiamento é concedido pelo Exim Bank e destina-se a três projetos de infraestruturas ligados ao Corredor do Lobito. Acordo foi assinado terça-feira em Dallas.

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Ampe Rogério/Lusa
08 de Maio de 2024 às 10:33
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Os governos dos Estados Unidos da América (EUA) e de Angola assinaram na terça-feira, em Dallas, vários acordos de financiamento, no valor de 1,3 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros), para investimentos no Corredor do Lobito.

À margem da Cimeira Empresarial EUA-África do Conselho Corporativo para a África, "Angola e os Estados Unidos da América celebraram a assinatura de acordos de financiamento para projetos da República de Angola financiados pelo EXIM Bank para o desenvolvimento do Corredor do Lobito, o principal beneficiário da Parceria Global de Investimento e Infraestrutura (PGI)", lê-se num comunicado da presidência angolana.

Os acordos assinados, no valor de mais de 1,2 milhões de euros, são destinados "ao financiamento de três importantes projetos de infraestruturas ligadas ao Corredor do Lobito, e visam igualmente investimentos para a energia limpa, conetividade e expansão do sinal de rádio, e infraestruturas de transporte, representando um compromisso significativo do Governo dos EUA em apoiar as prioridades de investimento económico do Governo de Angola em vários setores", acrescenta-se ainda no comunicado.

A cerimónia de quarta-feira em Dallas surge na sequência da visita do Presidente de Angola, João Lourenço, a Washington, no ano passado, altura em que foi anunciado um conjunto de investimentos dos EUA em Angola num valor a rondar os mil milhões de dólares, cerca de 930 milhões de euros, principalmente para projetos ligados ao Corredor do Lobito, uma ligação de costa a costa que liga a Zâmbia ao porto do Lobito.

Para o Presidente de Angola, os projetos são "prioritários" e terão um "impacto direto nas comunidades em Angola, além de proporcionar uma grande oportunidade para a diversificação da economia nacional pelo efeito de contágio às economias da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)".

Também citada no comunicado, a presidente do Banco de Exportação e Importação dos EUA, Reta-Jo Lewis, "destacou o compromisso da instituição em aumentar os investimentos na África subsaariana, reforçando que esses acordos representam os maiores pacotes de financiamento da PGI apoiados pelos EUA para qualquer país desde o início da iniciativa".

Para Reta-Jo Lewis, estes investimentos estão alinhados com a missão do EXIM Bank que é o de apoiar os exportadores dos EUA que realizam negócios na região da África subsaariana.

O financiamento direto do Exim Bank, no valor de 907 milhões de dólares (844 milhões de euros), servirá para apoiar a construção de duas centrais de energia solar através da empresa americana Sun Africa, com capacidade para gerar mais de 500 megawatts de energia renovável para a rede nacional de Angola, e é o maior projeto do Exim Bank no setor das energias renováveis.

Além disso, o Exim vai também financiar parcialmente a construção de 186 pontes em Angola, num investimento total de 450 milhões de dólares, quase 420 milhões de euros, e ainda o projeto de "expansão do sinal de rádio em FM, avaliado em 40 milhões de dólares (37 milhões de euros), com a assistência da GatesAir, para aumentar a cobertura de rádio para 95% da população angolana", lê-se ainda no comunicado distribuído pelo Governo de Angola, em que se salienta ainda o "compromisso contínuo dos Governos de Angola e dos Estados Unidos da América para o fortalecimento da parceria entre os dois países".

O Corredor do Lobito pode ter uma contribuição anual no Produto Interno Bruto (PIB) na ordem de 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) a três mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros), de acordo com os dados que têm sido avançados, e é uma ligação fundamental para a exportação de materiais cruciais para a transição energética, nomeadamente de recursos naturais usados para a construção de veículos elétricos.

 

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