José Maria Ricciardi, presidente do BESI, reagiu à notícia do Correio da Manhã de que teria sido constituído arguido no caso da privatização da EDP e da REN, afirmando que não cometeu qualquer crime.

“Não altero nem acrescento uma palavra à entrevista que dei na TVI em Outubro passado a respeito da minha intervenção nas privatizações da EDP e da REN. Não pratiquei qualquer crime, nem tão pouco me acusa a consciência de ter actuado de forma a merecer ponta de censura”, refere uma nota enviada às redacções por Ricciardi.

A edição de hoje do “Correio da Manhã” avança que José Maria Ricciardi foi “constituído arguido no âmbito do processo que investiga as privatizações da EDP e da REN. O banqueiro é suspeito de tráfico de influências e de fraude fiscal”. A 14 de Março, Ricciardi foi ouvido como testemunha no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), tendo já saído do edifício na qualidade de arguido, escreve o "Correio da Manhã".

“O banqueiro foi confrontado com as escutas realizadas pela investigação no período que antecedeu à venda de 21,35% da EDP à China Three Gorges e de 40% do capital da REN à Oman Oil e à State Grid”, escreve o jornal, acrescentando que no centro das suspeitas do Ministério Público estão as conversas entre José Maria Ricciardi e o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. Estas conversas são consideradas pelo Ministério Público como “uma tentativa de tráfico de influências”. 

Em declarações ao Correio da Manhã, fonte oficial do BESI tinha já negado que Ricciardi seja arguido neste caso que envolve as privatizações recentes da EDP e a REN.

“Como não me disponho a exercer o contraditório na praça pública, vou actuar criminal e civilmente contra o CM, a quem responsabilizarei pelos danos que a divulgação da notícia acarreta, quer na esfera pessoal, quer no plano institucional”, finaliza a nota.