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Pinto Monteiro: "Freeport é uma fraude. Foi um processo inventado"

Antigo Procurador-geral da República nega que tenha protegido o antigo primeiro-ministro. Confirma, em entrevista à RTP, almoço com José Sócrates mas garante que a conversa foi "completamente inocente". Diz que "está a haver um aproveitamento político num caso jurídico" e "promiscuidade entre política e justiça".

Pedro Catarino/Correio da Manhã
Negócios 24 de Novembro de 2014 às 21:33
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Fernando Pinto Monteiro, antigo Procurador-geral da República (PGR), nega que tenha protegido o antigo primeiro-ministro durante os anos em que esteve em funções. Em entrevista à RTP, garante o processo Freeport, que envolveu o nome de José Sócrates, é uma "fraude". "Foi um processo inventado". Sobre o caso Face Oculta, lembra que as escutas feitas às conversas entre José Sócrates e Armando Vara foram destruídas porque "não havia crime nenhum". "Nunca na vida eu era capaz de travar um caso", assegura, acrescentando que o actual processo que envolve José Sócrates "é novo, não tem nada a ver com os anteriores". "Nunca me senti pressionado, até porque tenho mau feitio para pressões", acrescenta.

 

O ex-PGR confirmou ainda que na passada terça-feira, três dias antes de José Sócrates ter sido detido, almoçou com o ex-primeiro-ministro a pedido deste, mas garante que nunca tinham almoçado a sós e que a conversa foi "completamente inocente". "Nunca me perguntou nada de Justiça. Falámos de livros, das viagens dele, falou do Lula". "Foi completamente inocente. Falámos das viagens dele e disse-me que tinha um livro para me oferecer. Nunca mostrou preocupação", afirmou. Assumindo "simpatia" por José Sócrates, Pinto Monteiro frisou: "Eu almoço, como cidadão livre que sou, com quem quero."

 

Reconhece que houve "uma coincidência complicada" e "desagradável" com a data do almoço mas diz que nunca achou nada de estranho. E acrescenta que durante os seis anos em que ocupou a PGR só recebeu um telefonema de José Sócrates enquanto primeiro-ministro. "Foi para me desejar um bom Natal."

 

Disse ainda suspeitar que há "aproveitamento político" de um caso jurídico e há "promiscuidade entre política e justiça". Admitindo que tenha estado sob escuta, refere: "A quem está na justiça já nada surpreende". "Não tenho nada contra as escutas, desde que não sejam fornecidas a jornais", acrescentou.

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