Notícia
Ex-director-geral do MAI interrogado na quarta-feira
O ex-director do Departamento de Infra-estruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna (MAI), João Alberto Correia, foi detido esta terça-feira pela Polícia Judiciária no âmbito de uma investigação por suspeita de crimes de corrupção e participação económica em negócio.
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"No âmbito de um inquérito, titulado pelo Ministério Público, que tem como objecto eventuais ilegalidades relacionadas com obras efectuadas em estruturas da responsabilidade do Ministério da Administração Interna, foi hoje [terça-feira] detido um ex-director Geral de Infra-estruturas e Equipamentos do MAI. Em causa estão suspeitas da prática de crimes de corrupção e participação económica em negócio", lê-se no comunicado enviado pela Procuradoria-Geral da República.
A detenção ocorreu depois de a PJ ter realizado buscas à Direcção-geral de Infra-estruturas e Equipamentos do MAI, que tem a responsabilidade de gerir o património imobiliário do MAI (como esquadras), bem como planear e tratar da execução de respectivas obras. A investigação, que mobilizou elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, envolveu ainda buscas domiciliárias.
Em nota às redacções, o MAI informou que o ministro Miguel Macedo enviou para o Ministério Público factos "com eventual relevância criminal" relacionados com a auditoria realizada pela inspecção-geral.
João Alberto Correia será apresentado esta quarta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal, para ser submetido ao primeiro interrogatório.
O arquitecto João Alberto Correia, de 48 anos, que transitou do Governo de Sócrates, esteve em funções até Fevereiro, tendo sido exonerado a seu pedido, segundo o despacho do secretário de Estado adjunto do Ministro da Administração Interna, Fernando Alexandre, publicado a 18 de Fevereiro.
Na altura o ex-director-geral explicou que saía por divergências políticas com Fernando Alexandre, mas o Negócios noticiou que a saída tinha sido precipitada por recaírem sobre o arquitecto várias suspeitas. Em causa estavam suspeitas de abuso de ajustes directos, nomeadamente partição de despesa para contornar limites de gastos que impõem o recurso a concursos públicos, início de obras antes de contratos celebrados e combinação prévia de empreiteiros vencedores.