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Construção já tem 4,7% de incobráveis

Estudo da intrum Justitia revela que este é o sector com maiores problemas. Entre os mais problemáticos, a nível europeu, estão também serviços profissionais como os de advogados, contabilistas e arquitectos.

27 de Novembro de 2012 às 17:33
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Entre o total de negócios na área da construção em Portugal, 4,7% do total de transacções foram declaradas incobráveis. Este valor aumentou em relação ao ano anterior, quando a taxa de incobrabilidade se situou nos 4,4%.

 

As contas são da Intrum Justitia, que hoje revelou os dados sectoriais para a Europa. Num total de 8.000 empresas europeias avaliadas, a conclusão é que na Europa há cerca de 340 mil milhões de euros classificados como incobráveis, o equivalente a 2,8% de todas as transacções comerciais realizadas ao longo deste ano e um crescimento de 28 mil milhões de euros nos últimos 12 meses.

 

Em Portugal os pagamentos em atraso atingiram este ano os 3,6%, mais 13% que no ano anterior. No total são 6,04 mil milhões de euros de facturas por pagar e Portugal ocupa, com a Grécia, a ultima posição em termos de risco de pagamento mais elevado. Este pais está, aliás, no seu pior momento, com uma taxa de incumprimento de 5,9% ( mais 20% que em 2011).

 

Pela positiva, destaque para a Alemanha, que conseguiu reduzir em 17% os seus incobráveis. Já no Reino Unido, verificou-se um aumento de 9%, com o pais a registar agora uma taxa de 3,5%.

 

Verificou-se, no geral, um aumento do incumprimento, tanto por particulares como por empresas, explica Luis Salvaterra, director-geral da Intrum Justitia. Ainda assim, até porque os valores envolvidos são menores, as principais incumpridoras continuam a ser as empresas.

 

Nos próximos anos a tendência deverá manter-se, ainda que vá registar índices menores à medida que também o próprio consumo vá diminuindo, por efeito da crise financeira, estima o responsável. As empresas terão tempos particularmente complicados devido também às restrições no crédito

e, de acordo com o estudo da Intrum Justitia, 57% sente já problemas de liquidez e 47% estão menos confiantes na obtenção de apoio junto do seu banco. 

 

Olhando para os diferentes sectores de actividade, Portugal e Espanha registam problemas mais graves na área da construção, na indústria, comercio a retalho e grossista. Na indústria verificou-se um aumento face a 2011, com a taxa a situar-se nos 3,9%, contra os 3% do ano anterior. Fica mesmo acima dos 2,6% contabilizados em Espanha.  O país vizinho só supera a performance nacional na área da construção, sector que tem vindo a deteriorar-se fortemente e que regista uma taxa de 5,5%, acima dos 4% de 2011.

 

Ainda na Península Ibérica, destaca-se igualmente pela negativa o retalho e grossistas, com uma taxa de 2,9% em Portugal e de 2,5% em Espanha.

 

Saúde mal colocada a nível europeu

 

A nível europeu, verificam-se igualmente níveis elevados de atraso e de falta de pagamento no sector da saúde. Aqui, no conjunto dos países europeus, verificou-se um crescimento de 3,4% dos incobráveis em 2012,  para os 5,2%. A conclusão do estudo é que este é um sector "por vezes negligente no que respeita ao pagamento de serviços e produtos a fornecedores". Na prática, 45% das facturas são pagas a mais de 30 dias. 

 

Igualmente elevados são os incobráveis contabilizados entre alguns serviços profissionais, como advogados, contabilistas ou arquitectos. Também a nível europeu, a taxa é de 4,2%.

 

Os sectores menos atingidos são os das "utilities", que registam, no entanto, diminuições no consumo. Aqui, revela o estudo da Intrum Justitia, verificaram-se 1,8% de incobráveis. 

 

"Embora o cenário do nosso relatório possa parecer sombrio, existem medidas que as empresas podem tomar para reduzirem os riscos e protegerem-se", avisa Luís Salvaterra. Aquelas "que melhor conhecem os seus clientes e que implementam políticas de crédito eficientes são as que recebem os pagamentos mais cedo" e as que conseguirão "enfrentar os desafios do próximo ano e minimizar o impacto dos atrasos e incumprimento que alguns sectores de actividade vão ter no próximo ano", conclui  o director Geral da Intrum Justitia.

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