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Benfica: Hacker Rui Pinto vai ser presente a um juiz em Budapeste

O suspeito de ter acedido ilegalmente a e-mails do Benfica foi detido na Hungria. Vai-se apresentar a um tribunal esta sexta-feira. Advogados querem que receba estatuto de whistleblower.

17 de Janeiro de 2019 às 20:14
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O hacker suspeito de ter acedido ilegalmente a e-mails do Benfica foi detido esta quarta-feira na Hungria. Será presente a um juiz em Budapeste, esta sexta-feira, confirmou o advogado Francisco Teixeira da Mota à SÁBADO.

Os advogados William Bourdon e Francisco Teixeira da Mota informaram esta quinta-feira que Rui Pinto, de 30 anos, é um amante de futebol "indignado com práticas vigentes neste desporto" e que "decidiu contribuir para o conhecimento público da extensão dessas práticas criminosas".

"O Sr. Rui Pedro Gonçalves Pinto tornou-se num importante denunciante europeu no âmbito dos chamados 'Football Leaks', relembrando-se que muitas revelações feitas ao abrigo destas partilhas de informação estiveram na origem da publicação, durante vários anos, de notícias que deram lugar à abertura de muitas investigações em França e noutros países europeus".

Os advogados dizem ainda que o seu cliente cumpre os critérios de proteção dos lançadores de alertas [whistleblowers], resultantes das últimas disposições da legislação europeia e de muitos países europeus.

O diretor da Unidade de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ, Carlos Cabreiro, disse ser "prematuro" associar o suspeito a crimes cometidos contra algumas instituições desportivas, como Benfica, FC Porto, Sporting ou Doyen, embora tenha adiantado que o mesmo foi "detido por tentativa de extorsão, acesso ilegítimo e exfiltração de dados de algumas instituições, inclusive do próprio Estado".

"Agora, seguir-se-ão os trâmites normais de transferência de detidos quando ocorrem no âmbito de um mandado de detenção. A extradição para Portugal acontecerá dentro de um prazo razoável, entre três semanas a um mês", transmitiu o diretor da UNC3T.

De acordo com Carlos Cabreiro, o 'hacker' pode incorrer numa pena de prisão "até 10 anos", embora "haja várias penas associadas aos vários tipos de crime".
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