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Plano Juncker sem nenhum projecto vindo do Norte
Nem universidades, nem câmaras municipais, nem empresas. Os mil milhões de euros que o Plano Juncker disponibilizou para Portugal ainda não receberam nenhum projecto vindo do Norte do país, escreve o Jornal de Notícias.
O Plano Juncker está a passar ao lado do Norte do país. Nenhuma instituição pública nem nenhuma empresa apresentarem até ao momento qualquer candidatura ao financiamento disponibilizado por este mecanismo, escreve esta sexta-feira o Jornal de Notícias. Entre as razões apontadas para a falta de interesse das câmaras municipais está o facto de o empréstimo contar para o aumento da dívida municipal.
Em todo o país, este mecanismo europeu só deu luz verde a três grandes projectos, prossegue o JN: ao plano de investimentos da câmara de Lisboa, com um financiamento de 250 milhões de euros, à construção de um novo campus da Universidade Nova de Lisboa, no valor de 16 milhões de euros, e à construção de duas centrais de biomassa, em Viseu e no Fundão. Está ainda a ser preparada a candidatura Casa Eficiente, que disponibilizará 100 milhões de euros para melhorar a eficiência energética das habitações.
Em Setembro, o Banco Europeu de Investimento (BEI) dizia já ter mobilizado mais de mil milhões de euros para Portugal do plano Juncker. E em Fevereiro, o BEI anunciava já ter garantido o financiamento a 18 projectos nacionais, num volume de investimento superior a 3.400 milhões de euros, o que torna coloca Portugal entre os oito países europeus mais beneficiados pelo mecanismo.
Nas universidades do Norte do país, apenas uma pretende investir, mas sem recorrer ao plano Juncker: a Católica do Porto, que pretende mudar o departamento de Biotecnologia para o pólo principal. As restantes não prevêem fazer candidaturas ao fundo, embora a universidade do Minho admita fazê-lo em parceria com outras instituições. Ao JN, a universidade de Coimbra rejeita mesmo "endividar-se".
A Associação Nacional de Municípios diz que não dispõe de dados sobre as candidaturas dos municípios. O único projecto municipal conhecido é o da câmara de Lisboa, que foi mesmo a primeira, a nível europeu, a conseguir financiamento directo do plano Juncker, que servirá para financiar metade do plano de investimentos do município até 2020, avaliado em 520 milhões de euros. O município receberá um empréstimo de 250 milhões, a pagar em 20 anos, o que tem preocupado os partidos da oposição.
A câmara do Porto recusou divulgar as suas intenções quanto ao plano Juncker, mas a respectiva Área Metropolitana disse que começa agora a estudar o tema, tendo particular interesse na área social, nos transportes e na eficiência energética, revelou o presidente, Emídio Sousa.
Do lado das empresas, tanto a Associação Empresarial de Portugal (AEP) como a Associação Industrial do Minho (AIMinho) dizem desconhecer candidaturas de empresas, embora sublinhem estar a divulgar o programa junto das suas associadas.
Já a União das Misericóridas está a projectar uma plataforma única que permita às 400 instituições candidatarem-se ao financiamento do plano Juncker.