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Ferreira Leite: Exigências do Tratado Orçamental são “inexequíveis”
Manuela Ferreira Leite diz que é “inexequível” reduzir a dívida pública para 60% do PIB, uma vez que exigiria um crescimento de 4% ao ano durante os próximos 20 anos. O que “não é possível”, garante a ex-ministra.
Manuela Ferreira Leite afirmou, esta quarta-feira, que as exigências do Tratado Orçamental são “inexequíveis” e que, a serem concretizáveis, seriam muito “penosas”.
“Este é o momento adequado para pensarmos o que nos espera no futuro. Algures em Maio o que se perspectiva é algo que, a ser concretizável, seria muito penoso. O que nos espera é um Tratado Orçamental que cria constrangimentos à nossa actuação, do ponto de vista económico, extremamente difíceis”, afirmou a ex-líder do PSD no Fórum das Política Pública, organizado pelo ISCTE.
Ferreira Leite explica que esses constrangimentos são de tal forma que “não há política orçamental que resista a uma tal restrição orçamental”.
“Reduzir o peso da dívida para 60% do PIB implica a necessidade de um crescimento de 4% ao ano durante 20 anos e excedentes primários na ordem de 3% ao ano durante 20 anos. Considero isto inexequível”, sublinhou a ex-ministra.
Ferreira Leite sublinhou ainda que é preciso pensar que tipo de país queremos em 2035, e garantiu que só não está preocupada porque “isto não vai ser exequível, não é possível”.